Não se lhe vê o fim... |
Um Portugal Pequeno...
Ao
longo da sua história o país mostrou-se demasiado pequeno para conter alguns
dos seus filhos. Cito três, no campo do desporto, da cultura e da política. Nomes
óbvios que todos vós conheceis: Cristiano Ronaldo, José Saramago e António
Guterres.
Extravasaram
as fronteiras e expandiram pelo mundo a arte, o talento e a inteligência que os
caracteriza, beneficiando toda a humanidade.
Muitos
outros existem e estes três são apenas exemplificativos por serem os mais conhecidos,
os que, de momento, mais mobilizam as atenções.
Somos,
parece-me a mim, sem qualquer espécie de “chauvismo”, que é “chapéu” que outros
poderão enfiar que não nós, afinal, um país imenso que nem conseguimos abarcar
quando estendemos o olhar pelo mar que nunca mais acaba e nos cerca nos mais de
mil qui lómetros de vizinhança com o
Oceano Atlântico.
Ao
longo de séculos, milénios, a barreira da água foi para estes povos um convite
para contactos e trocas comerciais de gentes vindas de outros lados que acudiam
aos nossos portos e nos trouxeram as experiências de outras vidas, culturas e nos enriqueceram
geneticamente.
É,
sem dúvida, daí, do mar, que nos vem o tamanho e quando me sento no Largo do
Terreiro do Paço, em Lisboa, o mais lindo da Europa e do Mundo, e salto com o
olhar por cima da Ponte 25 de Abril, que já foi de Salazar, na direcção do
oceano sem lhe conseguir ver o fim, imagino os barcos, caravelas, todo o tipo
de embarcações que para lá e para cá, cruzaram aquelas águas e nos fizeram
grandes, grandes porque dentro delas estavam pessoas corajosas, sem medos,
ambiciosas, visionárias, aventureiras.
Cristiano
Ronaldo, José Saramago, António Guterres, estão entre essas pessoas, que só
foram possíveis porque aquelas outras existiram, serviram de uma espécie
de “caldinho” em que elas nasceram.
Se
surpreendemos o mundo com estas pessoas é porque ele ignora a nossa localização
geográfica, não a levou em consideração, não percebeu que ela iria ser uma
fonte permanente de enriquecimento, que para além dos tesouros que se
esbanjaram, outro ficou e proliferou, o património genético, numa altura em que
o mundo estava ainda muito longe de se tornar na aldeia global para o qual hoje
tende, e era constituído por gente que ao cruzarem-se, se enriqueceram genética
e culturalmente.
Ao
nível social a questão é outra. Muito dificilmente conseguiríamos
compatibilizar santos e heróis, com exércitos bem comportados e
disciplinados...
Somos
individualistas, cada um gosta de pensar pela sua cabeça, não nos mandem andar
de passo alinhado, não nascemos para isso... mas somos generosos porque
acumulamos muitas experiências como povo, tivemos que, à ultima da hora, “inventar”
muita solução, porque nos metemos em trabalhos dos quais tivemos que sair e
hoje, aqui estamos, a olhar o mar,
porque esse nunca nos faltará para o contemplar e inspirarmos a sua maresia...
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