O Pikaia |
A Mãe de Todas
as Histórias
O PIKAIA
O Processo Evolucionário da Vida no Planeta Terra, que bem pode ser considerado
uma história, ou melhor, a Mãe de Todas as Histórias, começaria assim:
… Era uma vez, um pequeno animal, que há mais de 500 milhões de
anos atrás vivia nos mares do Câmbrico. Teria cerca de 5 cm e muito poucas
probabilidades de sobreviver num meio em que a guerra entre presas e predadores
já tinha sido declarada.
Este pequeno animal, de seu nome Pikaia, tinha a
particularidade de possuir uma espécie de cérebro e de
espinha dorsal e embora tenha
desaparecido há já muitos milhões de anos foi ele que estabeleceu o modelo
anatómico que iria servir de base evolutiva a peixes, anfíbios, répt eis, aves e mamíferos e, consequentemente, a mim
próprio que estou a contar esta história e, para quem gosta de pesqui sar sobre os seus antepassados, pois bem, aqui têm o mais remoto, O PIKAIA.
Ele apareceu no período Câmbrico aquando de uma explosão de vida
nos mares então existentes que de há muito eram habitados apenas por esponjas,
organismos semelhantes a flores que não têm tecidos nem capacidade para se
moverem nem fazerem coisas que associamos aos animais.
Mas terá sido a partir delas que se deu uma revolução genética
pois inventaram tipos de células com a capacidade de interagirem, cooperarem e
comunicarem entre si constituindo-se em organismos pluricelulares que tinham a
capacidade revolucionária do movimento e assim apareceram os Cnidários, que
eram também semelhantes a flores como as esponjas mas já possuíam tecidos,
boca, nervos, músculos e a capacidade de se moverem e fazerem todas as coisas
que identificamos com os animais.
Os Cnidários, que evoluíram, portanto, a partir da estrutura
celular das esponjas deram, posteriormente, lugar a um conjunto impressionante
de formas de vida entre as quais os primeiros caçadores com um crânio e um
cérebro primitivo junto dos órgãos sensoriais
Mas o facto de se ter chegado ao limiar crítico da complexidade
genética não foi apenas o único factor que fez despoletar a explosão do
Câmbrico. A guerra que então
se abriu entre presas e predadores, procurando uns a vantagem de não serem
comidos e os outros a vantagem de os comerem, deu lugar à procura desesperada
de armamentos, uns de defesa e outros de ataque, numa competição que nunca
mais, até hoje, deixou de acontecer e constitui a base de toda a evolução.
Tinha-se acabado a paz das Esponjas e dos Cnidários e há mesmo
quem afirme que o início desta guerra foi outro factor que explicou a explosão
de vida nesse período, o que não deixa de ser interessante e desconcertante
porque, se assim for, permite-nos concluir que a vida está mais ligada à guerra
do que à paz.
Outra razão poderá ainda ter sido uma alteração ecológica com a
subida dos níveis de oxigénio que permitiu o aparecimento de animais cada vez
maiores com outros níveis e graus de interacção.
Certo é que, num único Salto Revolucionário ocorrido neste período da Terra ficaram
definidas as várias concepções de vida que haveriam de evoluir de então para
cá, trinta e cinco ao todo.
Variações destes 35 modelos anatómicos foram apenas tudo quanto
posteriormente aconteceu embora existam e tenham existido milhões de espécies…
e isto, já lá vai meio bilião de anos durante os quais se escreveu uma longa
história… a Mãe de Todas as Histórias, escrita nas pedras e começada a ler por
Geólogos, Paleontólogos e Arqueólogos e explicada, na sua essência, por Charles
Darwin no seu livro A Origem das Espécies.
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