Ser milionário é qualquer coisa de “pornográfico” porque pressupõe
a possibilidade de fazer tudo ou de comprar tudo, não no plano sexual, mas
eventualmente também, mas no social e económico, como foi o caso de Trump com
as suas falências fraudulentas e fuga aos impostos.
Mas, tudo bem..., o povo americano, que por vezes perde a cabeça nas
escolhas, decidiu "premiá-lo" porque, no fundo, também ele gostaria de saber
fugir ao pagamento dos impostos, e deu-lhe o país para governar, ainda por cima
com o apoio do Congresso para que ele não se possa queixar de falta de apoio,
um apoio que Obama não teve.
Quem o é não gosta de sê-lo sozinho e, para além de generais,
Trump está a rodear-se de outros milionários, talvez de acordo com uma lógica simples
de que, quem soube tão bem tratar dos seus negócios, certamente também saberá
cuidar dos negócios da comunidade...
Trump vai para o Poder continuar a fazer aqui lo
que sempre fez: tratar de negócios e, se entra rico, vai com certeza sair mais
rico, embora tenha tido o cuidado de declarar que passa a gestão de todas as
suas empresas para os filhos, como é hábito nestas situações...
Claro que Trump não irá ser reeleito, como é normal nas
presidências americanas, é uma desconfiança que tenho, não só pela idade, 70
anos à entrada da presidência mas, fundamentalmente, porque a vocação dele não é
“a coisa pública”, e os americanos que foram enganados ao elegê-lo vão perceber
isso nos próximos anos.
A sociedade americana vive seduzida pelo sucesso individual mais
do que a europeia que se rege ou regia, por princípios e valores de raízes culturais,
admirados e respeitados e, deste ponto de vista, chegar a milionário é o pico,
o cume da montanha, o maior objectivo de uma vida.
Por isso, o milionário Trump chamou para junto de si homens de “provas
dadas”, milionários como ele, porque entre estas pessoas existe uma afinidade
compreensível baseadas em experiências de vidas que têm muitos pontos em comum.
Para mim, e já o disse aqui ,
a vitória de Trump não só foi uma surpresa como um choque, perante uma rival
bem preparada com provas dadas em funções de responsabilidade no governo
americano, para alem de formação académica, licenciada em Direito, advogada, Senadora
e Secretária de Estado dos E. U. A., experiencia valiosíssima para o desempenho
das funções de presidente.
Os americanos trocaram-na por um milionário com um estilo exótico,
louro e de melena, e agora esperam que o “establishment”, o chamado “sistema”, que ele
atacou na campanha como candidato, venha a suprir as lacunas e falhas do futuro
presidente.
O sistema democrático tem destas coisas quando os cidadãos são uma
“massa” pouco formada e informada, que facilmente se deixa arrastar por
discursos simplistas curtos e demagógicos pouco mais que umas frases repetidas,
previamente estudadas, para conseguir determinados efeitos.
No caso dos EUA é algo de perigoso para todo o mundo e eu ainda me
lembro muito bem do que se passou com o Presidente Kennedy e a crise dos mísseis
soviéticos.
O que teria acontecido com um Trump na Presidência?...
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home