Sem fogo de artifício não há Ano Novo... |
Começou
2017
Na minha terra, a cidade de Santarém onde vivo à
quase meio século e à qual estou pessoalmente ligado por uma iniciativa
começada em 1977, no auge da crise da habitação, com a vinda das colónias de
muito mais de meio milhão de colonos, num processo idêntico ao que tinha
acontecido em França, no tempo de De Gaulle, com os retornados da Argélia.
Nessa iniciativa, beneficiei ainda dos “vapores”
da Revolução de 1974, a
dos Cravos, como ficou conhecida, e que abriu a sociedade portuguesa ao
contributo dos cidadãos em movimentos associativos, muitos inconsequentes, ou de
consequências frustradas, mas que em Santarém correu bem e é com um certo
orgulho, escondido, que hoje desço a Avenida do Hospital e do lado direito
observo uma bela urbanização, ao todo mais de 400 fogos, que nasceram dessa minha
iniciativa.
Pois, como é costume, antes da meia-noite, vim
para a rua com a minha mulher assistir aos festejos da passagem do ano no Largo
da Liberdade, espaço em frente do Tribunal, de onde foi a varrida a antiga avenida
e os respectivos automóveis, para ficar, e muito bem, reservada aos cidadãos
apeados, espaço de confraternização em dias e noites de festa como foi ontem.
Concordemos ou não mas a tradição das Festas da Passagem
do Ano, por todo o lado, para além dos beijos e abraços, champanhe, passas e
passinhas, votos e desejos, música e dança... é o Fogo de Artifício, aquele que
no dia primeiro do Ano aparece como reportagem do que foram os festejos, de tal
forma que sem fogo de artifício o Ano Velho recusar-se-ia a dar lugar ao Ano
Novo...
Até a Coreia do Norte, aquele país governado por
pessoas paranóicas, celebrou a passagem do Ano com fogo de artifício, é certo
que o mais pirosozinho de quantos foram atirados para o ar nos restantes países
do mundo, mas o neto do Grande Líder tem desculpa porque está a poupar para as
bombas atómicas com que vai destruir todos os seus “inimigos”, mas a minha
cidade de Santarém, que eu conheço bem e não lhe vejo semelhanças com a Coreia
do Norte, presenteou os Escalabitanos com 5 (cinco) minutos de fogo de artifício
do mais simples (zinho) que lá havia, tendo mesmo levado uma criança que estava
ao meu lado, embevecida, como eu a olhar para o ar, a perguntar se desta vez
havia direito a intervalo...
Não houve, tinha mesmo acabado... A minha neta
que tinha ido com os pais para o Algarve protestou logo via telemóvel: - “Ó avô,
o ano passado foram 10 minutos...”
Vou lembrar-me desta decepção nas próximas eleições
autárqui cas que são agora para
breve: - o meu voto já leva, de certeza...!
Não se brinca com as tradições que devem, “religiosamente”,
ser respeitadas em quantidade e, se for possível, também na qualidade.
“Roubar” metade do fogo de artifício que
tradicionalmente é servido aos munícipes desta cidade, que é a “minha”, pela
comemoração da Passagem do Ano, para além de uma decepção que ontem pude
presenciar no rosto de todos aqueles que arriscaram sair de casa e vir à rua
numa noite muito fria, para além de uma decepção, foi um atentado às nossas expectativas
para o fim de ano e naquele que vai entrar... “não se faz! ...”
Salvou-se a barraca das “farturas” quentinhas e
polvilhadas de açúcar e canela, de que eu, como guloso assumido, sou adept o.
Votos de Bom Ano para 2017 embora não tenha começado
bem neste mundo meio louco por causa dessa nova “coqueluxe” que dá pelo nome de
“actos de terrorismo” e mata pessoas inutilmente, desta vez em Istambul,
parece, no pensamento dos seus mentores, para tentar mudar o mundo, ou melhor,
a nossa forma de viver no mundo em liberdade e democracia.
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