Trump e Trudeau, EUA e Canadá, vizinhos, tão próximos e tão diferentes. Trump, racista, xenófobo, inculto, preside, inexplicável e perigosamente, ao país que é “apenas” a única potência mundial.
Trudeau, espírito aberto, diplomata, Chefe
do Governo do Canadá, sensivelmente com as mesmas dimensões dos EU mas com uma
população dez vezes inferior.
Trump, sabe que é “feio” ser racista e
por isso, para justificar a decisão de não deixar entrar no país, imigrantes
oriundos de países do Norte de África, de religião islâmica, com excepção
daqueles com quem tem negócios, afirma que só quer deixar de fora “as pessoas
erradas”
Trump só teve um mérito: como homem do
show business, que é, como quem diz, do entretenimento, soube falar às pessoas
erradas para ser eleito Presidente dos E.U.A., mesmo não tendo a maioria dos
votos expressos, e ganhando naqueles Estados predominantemente de cidadãos menos
esclarecidos mas mais deslumbrados pelo poder e capacidade dos milionários.
A forma completamente diferente como se
relaciona com os seus vizinhos do Norte e do Sul é chocante, mesmo que não seja
difícil de perceber as contradições entre ele e a pessoa que é Justine Trudeau,
chefe do Governo do Canadá, país, também ele, de imigrantes, como o foi o pai
de Donald Trump, nos E.U.
Trudeau é um idealista mas também um
pragmático, que precisa de um relacionamento, pelo menos normal, com o seu
vizinho do Sul, para as trocas comerciais tão importantes para o seu país e,
por isso, o seu relacionamento político com Trump..., mas sempre dizendo, ao contrário
deste, que “são bem vindos ao Canadá todos as pessoas independentemente do país
de origem ou credo religioso”.
Dois homens diferentes, diria mesmo
opostos, à frente de países também muito diferentes.
De dimensões idênticas, Canadá e E.U.A. A América tem cerca de dez vezes mais população que o vizinho do Norte e uma
fronteira em comum que é a maior do mundo, cerca de nove mil qui lómetros. Diferencia-os a origem das suas populações
migratórias, uma anglo-saxónica, no caso dos EU, francófona, a do Canadá.
Creio que Trump é um acidente na história
do seu país que, tal como nas boas famílias, também está sujeito a que lhe
apareça uma “ovelha negra”. Não acredito que ele venha a ser reeleito, como já
se está propondo, e esta decisão de proibir a entrada de cidadãos de sete países
de religião islâmica, como regra, marcam-no muito negativamente porque, para além
de ética e moralmente ser condenável, vai contra os interesses da própria América.
Trump não consegue superar os seus defeitos como homem
e fez-se rodear de conselheiros que, escolhidos por si, apenas o “empurram”
para este tipo de decisões que o reconfortam no seu âmago. Percebe-se isso na
sua linguagem gestual porque, a outra, a falada, é curta e grossa: o homem
gosta de impor, de ser obedecido!
Os E.U. só podem sentir-se envergonhados porque isto não
está nem na génese e, consequentemente, na índole do seu povo: é uma aberração,
uma anomalia. Um dia, a história registará este momento da vida do país como um
acidente penoso de recordar mas que pode acontecer quando se atribui a um certo
tipo de pessoas tanto poder. Talvez uma lição a reter para o futuro.
Esperamos que o mecanismo da Constituição dos EU,
posta agora em prova, resista aos perigos que homens como este representam na
vida de um país tão poderoso e decisivo para o mundo como o é a América do Norte.
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