quinta-feira, março 30, 2017

Resultado de imagem para nos, os não ricosNós, os não ricos...





















É frequente encontrarmos na imprensa listas com o nome das pessoas consideradas as mais ricas, quer do país, quer do mundo, às vezes acompanhadas das respectivas fotografias.

Hoje, deparei-me com três dessas pessoas “escandalosamente” ricas no meu país, não por terem provocado qualquer escândalo mas apenas porque o meu jornal decidiu mencioná-las, exatamente, porque são ricas, as três mais ricas.

De resto, são já amplamente conhecidas porque, tal como os campeões no desporto cujos recordes são reproduzidos e mencionados quando tal vem a propósito, também estes nos são “atirados à cara” para vergonha nossa de não sermos como eles.

No lugar mais baixo do pódio vem o filho do Belmiro de Azevedo, o Paulo, a quem o pai “passou a bola ainda em vida” porque o rapaz tem todo o aspecto de pessoa atilada, na linha do que o pai foi, nunca deslumbrado nem com o dinheiro nem com o sucesso, ainda por mais conseguido no sector industrial, o que não é fácil, com grandes vantagens para o país, para a criação do emprego e da riqueza.

A seguir, temos um “merceeiro”, o Sr. Jerónimo Martins, que, tendo um país pequeno foi também abrir mercearias para o estrangeiro porque isto de batatas e açúcar não é coisa de grande lucro por unidade e é preciso vender mesmo muito...

Finalmente, o homem das cortiças, autentica riqueza nacional, maior produtor mundial o Sr. Américo de Amorim, que talvez não o fosse se não se tivesse também metido nos petróleos quando ele andava pelos escandalosos 100 dólares o barril.

É isto que eu admiro nesta gente: o seu sentido de oportunidade! Lembro o meu pai que há muitos anos, era eu ainda era jovem, teve a ideia, a propósito do preço a que tinham chegado os alhos nesse ano, de semear no ano seguinte todos os seus bocadinhos de terra de alhos, o que ocorreu também a muita gente... e, naturalmente, o preço veio por aí a baixo... e ele continuou pobre!

Para se ser rico, não sendo o caso de heranças, é preciso ter o sentido da oportunidade do negócio: nem antes nem depois.

É bem de ver que o meu pai não tinha esse sentido. Há pessoas que parecem nascer com o dom de Midas, aquele deus grego que transformava em ouro tudo em que tocava, o que, por outras palavras, se traduzia em ter o sentido da oportunidade para o negócio.

É claro que, nestas coisas dos negócios, em que todos andam ao mesmo, não basta apenas ter o sentido da oportunidade porque se não estiverem no sítio certo, no momento exato a vender a “coisa” que todos querem adquirir, outro se aproveitará ou ela escapará para sempre.

Se perguntarmos aos milionários que construíram fortunas eles saberão dizer qual foi esse momento, a dica que despoletou nas suas cabeças e pôs a rodar a engrenagem da fortuna. Depois, terá sido mérito, trabalho, organização, etc...

Não os invejo, pelo contrário, admiro-os. Percebo como é difícil enriquecer, embora nunca o tivesse tentado. Talvez por isso tenha optado por funcionário público onde, de certeza, não se enriquece e, se tal acontece, acaba-se na prisão por corrupção.


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