É frequente encontrarmos na imprensa listas com o nome das pessoas consideradas as mais ricas, quer do país, quer do mundo, às vezes acompanhadas das respectivas fotografias.
Hoje, deparei-me com três dessas pessoas
“escandalosamente” ricas no meu país, não por terem provocado qualquer escândalo mas apenas
porque o meu jornal decidiu mencioná-las, exatamente, porque são ricas, as três
mais ricas.
De resto, são já amplamente conhecidas porque,
tal como os campeões no desporto cujos recordes são reproduzidos e mencionados
quando tal vem a propósito, também estes nos são “atirados à cara” para
vergonha nossa de não sermos como eles.
No lugar mais baixo do pódio vem o filho
do Belmiro de Azevedo, o Paulo, a quem o pai “passou a bola ainda em vida”
porque o rapaz tem todo o aspecto de pessoa atilada, na linha do que o pai foi,
nunca deslumbrado nem com o dinheiro nem com o sucesso, ainda por mais
conseguido no sector industrial, o que não é fácil, com grandes vantagens para
o país, para a criação do emprego e da riqueza.
A seguir, temos um “merceeiro”, o Sr.
Jerónimo Martins, que, tendo um país pequeno foi também abrir mercearias para o
estrangeiro porque isto de batatas e açúcar não é coisa de grande lucro por
unidade e é preciso vender mesmo muito...
Finalmente, o homem das cortiças,
autentica riqueza nacional, maior produtor mundial o Sr. Américo de Amorim, que
talvez não o fosse se não se tivesse também metido nos petróleos quando ele
andava pelos escandalosos 100 dólares o barril.
É isto que eu admiro nesta gente: o seu
sentido de oportunidade! Lembro o meu pai que há muitos anos, era eu ainda era
jovem, teve a ideia, a propósito do preço a que tinham chegado os alhos nesse
ano, de semear no ano seguinte todos os seus bocadinhos de terra de alhos, o
que ocorreu também a muita gente... e, naturalmente, o preço veio por aí a
baixo... e ele continuou pobre!
Para se ser rico, não sendo o caso de
heranças, é preciso ter o sentido da oportunidade do negócio: nem antes nem
depois.
É bem de ver que o meu pai não tinha
esse sentido. Há pessoas que parecem nascer com o dom de Midas, aquele deus
grego que transformava em ouro tudo em que tocava, o que, por outras palavras,
se traduzia em ter o sentido da oportunidade para o negócio.
É claro que, nestas coisas dos negócios,
em que todos andam ao mesmo, não basta apenas ter o sentido da oportunidade
porque se não estiverem no sítio certo, no momento exato a vender a “coisa”
que todos querem adqui rir, outro se
aproveitará ou ela escapará para sempre.
Se perguntarmos aos milionários que
construíram fortunas eles saberão dizer qual foi esse momento, a dica que
despoletou nas suas cabeças e pôs a rodar a
engrenagem da fortuna. Depois, terá sido mérito, trabalho, organização, etc...
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