quinta-feira, julho 13, 2017

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Ser tripeiro...
 











As reportagens que o JN publicou sobre a descaracterização das gentes do centro histórico do Porto, faz-me recear não voltar a ouvir as deliciosas histórias como as que Hélder Pacheco recordou no seu “passeio público”.
Para que não se perca, aqui vai uma com alguma graça:

O Sousa era barbeiro da Ribeira conhecido pela sua gabarolice.
Era o melhor em tudo, ninguém lhe levava a palma.
Jactava-se junto de toda a gente sobretudo no cais com as vendedeiras.
Moços que captavam gorjetas dos turistas por saltarem para o rio da ponte Luis I, disseram-lhe que se inscreveram na prova de resistência do domingo seguinte com natação desde Massarelos até ao Freixo.
Logo o Sousa lhes respondeu que lhes ia dar um banho.
E assim se ufanou junto das vendedeiras que lhe prometeram apoio.
Nesse domingo, juntou-se muita gente na Ribeira, com destaque para as vendedeiras.
Quando chegam os nadadores, o grupo ainda estava compacto mas o Sousa ia em último lugar e a atrasar-se.
As vendedeiras estimulam-no gritando:
– Força Sousa, força!
E levantavam as saias dando palmadas nas nádegas.
Nesse momento, o Sousa nada para a margem e sai da água.
As vendedeiras gritam-lhe:
- És um gabarolas, murcom, só tens letra!
E o Sousa, com jactância responde-lhes:
- A culpa é vossa por levantarem as saias;
um homem não é de pau e eu fiquei com a piça atolada no lodo do rio.
As vendedeiras ficam algum tempo espantadas até que uma lhe responde:
- Nadavas de costas, murcom!

E logo o Sousa riposta:

- E a ponte, carago?!!!



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