Tantas vezes citado e transcrito neste blog faz todo o sentido que aqui também fique registado, um pouco mais em pormenor, quem é Richard Dawkins.
Nasceu em Nairobi, capital do Quénia, em 1941. Estudou Zoologia em Oxford, tendo-se doutorado sob a direção do biólogo Nicolaas Tinbergen, Prémio Nobel em 1973 pelos seus estudos em Etologia (disciplina que estuda o comportamento animal).
Foi professor de Zoologia na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Presentemente é catedrático na Universidade de Oxford.
Para lá de cientista e académico, tornou-se conhecido como um dos intelectuais mais influentes da atualidade.
Defensor intransigente da evolução segundo a teoria de Darwin é um divulgador ágil da ciência e do pensamento científico.
Intelectual polémico, defende fervorosa e militantemente o “orgulho de ser ateu”.
As religiões, que tiveram a sua génese na evolução, por causa de alguma vantagem selectiva na moralidade, devem agora, com a explicação científica, serem metidas no caixote das velharias.
Sobre o seu livro, A Desilusão de Deus, disse J. Craig Venter decifrador do genoma humano:
“Esta é uma leitura excepcional – chega a ser divertida…Nem é preciso comprar toda a colecção de Dawkins para se orgulharem da sua coragem de expor o mal que as religiões podem fazer. Os zelosos fundamentalistas da Bíblia vão, sem dúvida, afirmar que encontraram Satanás encarnado”
Matt Ridley, Zoólogo, autor da obra “O Que nos faz Humanos”, ainda sobre o livro afirma o seguinte:
“Dawkins dá ás compaixões e emoções humanas o seu devido valor, que é uma das coisas que confere força às suas críticas à religião.
Hoje em dia, muitos líderes religiosos são homens que, o que é óbvio para qualquer pessoa except o para os seus perturbados seguidores, estão dispostos a sancionar a crueldade perversa ao serviço da sua fé.
Dawkins atinge-os com todo o poder que a razão pode exercer, destruindo as suas absurdas tentativas de provar a existência de Deus ou as suas presunçosas reivindicações de que a religião é a única base da moralidade, ou que os seus livros sagrados são literalmente verdadeiros”.
No Prefácio do seu livro, Richard relata um episódio que se passou com a sua mulher quando ainda era criança.
Ela detestava tanto a escola que frequentava que queria deixá-la. Mais tarde, já com mais de 20 anos, revelou aos pais este triste facto, o que deixou a mãe horrorizada: “Mas, minha querida, por que não nos contaste?” ao que ela respondeu: “Mas eu não sabia que podia contar”.
“Eu não sabia que podia”
Há por aí muitas pessoas que foram educadas de acordo com uma determinada religião, que são infelizes nela, que não acreditam nela ou que se preocupam com os males cometidos em nome dela; são pessoas que sentem uma vaga ânsia de deixar a religião dos pais e gostariam de o fazer, mas que pura e simplesmente não compreendem que isso seja uma opção.
O livro “A Desilusão de Deus” tem como objectivo despertar consciências, dar a perceber a essas pessoas que, afinal, “elas podem”e que é possível ser-se ateu sem deixar de ser uma pessoa feliz, equi librada, com sentido moral, e intelectualmente realizada.
Nota
O seu livro, “A Desilusão de Deus”, durante muito tempo esteve à direita na minha secretária como apoio ao meu blog. Com ele não me fiz ateu porque há muito estava no mundo dos descrentes e não porque tenha deixado de ser crente, simplesmente porque nunca o fui.
Richard Dawkins reforçou a minha posição e como cientista de eleição que é explicou-me comportamentos que eu não tinha aprendido nem compreendido.
Richard Dawkins é daqueles professores de quem ficamos amigos para sempre porque nos enriquece com o seu saber e tudo de uma forma muito humana. A sua posição relativamente a Jesus da Nazaré diz tudo sobre o seu carácter e personalidade.
Eu daria um conselho aos razoavelmente crentes: não leiam este livro porque ficam atravessados de dúvidas que os vão perturbar mesmo que não o reconheçam.
Os crentes fervorosos não pensem sequer em lê-lo porque seria como chocarem contra uma parede o que era insuportável.
Todos os outros, que na nossa sociedade constituem a maioria, façam o favor de o ler: é como beber um copo de água fresca da fonte. Ficam interiormente refrescados.
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