quinta-feira, novembro 16, 2017

Trump, o Tosco – “Presidente das Ilhas Fiji”.

 



O planeta Terra é a nossa casa e nenhuma outra analogia saiu tão certeira como esta porque ela é óbvia, mas não basta afirmá-lo, é indispensável que nos comportemos como tal, como um dono responsável, porque não temos outra e não podemos pensar que basta um simples anúncio de “Casa Aluga-se” para que nos surja uma alternativa. Não esqueçamos que não fomos nós que a fizemos. Foi ela que nos fez a nós...

É estranho, que seja precisamente um homem do mercado imobiliário, que estampa o seu nome nos prédios com que faz fortunas, não perceba que tratar mal a nossa “casa” é a mesma coisa que dar tiros nos nossos pés e de seguida correr para os hospitais para que alguém nos socorra.

A miopia de Trump, Presidente dos EUA, a maior e mais poderosa nação do mundo, é aflitiva, roça a cegueira mental, e não fosse ela uma democracia em que o exercício do poder político está regulamentado e condicionado, e poderíamos estar num caminho para o abismo.
Teve agora lugar em Paris uma Conferência onde estiveram representados 147 países do mundo para discutir e decidir sobre as alterações climáticas. Nesta Conferencia sobressaiu a tomada de posição de Trump que considera esta uma questão bizantina, inventada pelos chineses para ganharem na concorrência com o EUA. : –“Aquecimento global é uma farsa”. A partir de hoje, os Estados Unidos cessarão toda a implementação do Acordo de Paris e os encargos financeiros e económicos draconianos que o acordo impõe ao nosso país.”
Vamos começar negociações para reentrar no Acordo de Paris ou numa nova transacção que seja mais justa -  disse Trump, na Casa Branca.
Felizmente, esta miopia a roçar a cegueira mental do Presidente dos EU está longe de ser partilhada pelos próprios responsáveis da economia, cujo processo produtivo avança com processos cada vez mais limpos, como o provou o Presidente Mácron admitindo que as alterações climáticas “são o mais importante desafio que a humanidade enfrenta neste século” afirmando, também, que a França quer ser líder neste combate estabelecendo parecerias com outros países europeus nas energias renováveis e pondo fim em solo francês a todas as unidades de exploração e produção de energia a carvão até ao ano de 2021.
Merkel, foi, assim, ultrapassada nesta Conferencia do Clima que teve lugar, ontem, em Bona, por Mácron, da França, que chamou a si um papel de liderança nesta luta.
Guterres, que se estreou como Secretário - Geral das Nações Unidas, acabou por ficar obscurecido pelo Presidente francês.
Merkel não apresentou um horizonte definido para o fim do carvão do qual o seu país ainda depende numa percentagem muito significativa para a produção de energia, limitando-se a dizer que “é preciso fazer mais no esforço contra as alterações climáticas”.
António Guterres pediu aos representantes na Conferencia para aumentarem os preços das taxas de emissões de carbono porque há metas a cumprir, já definidas, quanto ao volume dessas emissões de carbono no Acordo de Paris.
Os países têm de pagar taxas sobre as suas emissões de carbono e, neste momento, apenas 13% dessas emissões estão a ser taxadas quando deviam abranger, pelo menos, 50%.
Para Trump, tudo isto não passa de uma invenção dos chineses na guerra da concorrência com os E.U. mas Trump, é a vergonha dos americanos de tal forma que são as próprias empresas da América, conscientes da sua responsabilidade num futuro mais saudável para a humanidade, que já estão a tomar medidas contra as emissões.
As preocupações de um Presidente, tosco, ou a falta delas, não pode ser guia para nenhum país nem para nenhum responsável, seja ele de que país for.
Trump deveria ter sido eleito Presidente das Ilhas Fiji, sem querer ofender tão simpáticos habitantes que não o mereceriam, de certo, mas, na realidade, a dimensão de uns e do outro ficavam melhor equilibradas e sem perigo de maior para o mundo.

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