O Perigo Que Representa a
Força da
Fé Religiosa
Em Julho de 2005, Londres foi vítima de um ataque concertado de bombistas suicidas: três bombas no metro e uma num autocarro. Não tão grave como o ataque ao World Trade Center de 2001, e sem dúvida que menos inesperado pois, na verdade, Londres já andava crispada à espera de um acontecimento do género desde que Tony Blair se decidira por envolver a Grã Bretanha na invasão do Iraque com os americanos de George Bush.
Os jornais perguntaram, então, entre comentários sofridos, o que teria levado quatro jovens a fazerem-se explodir levando consigo uma grande quantidade de pessoas inocentes.
Os assassinos eram cidadãos britânicos bem-educados, adeptos do criquet, o tipo de jovens cuja companhia se poderia apreciar.
Porque o fizeram, afinal, esses jovens adeptos do criquet?
Ao contrário dos seus homólogos palestinianos, ou dos kamikaze japoneses ou ainda dos tigres do Sri Lanka, a estas bombas humanas não as moveu a expectativa de que as suas famílias enlutadas fossem alvo de admiração, protegidas ou apoiadas com pensões devidas a mártires.
Os jornais perguntaram, então, entre comentários sofridos, o que teria levado quatro jovens a fazerem-se explodir levando consigo uma grande quantidade de pessoas inocentes.
Os assassinos eram cidadãos britânicos bem-educados, adeptos do criquet, o tipo de jovens cuja companhia se poderia apreciar.
Porque o fizeram, afinal, esses jovens adeptos do criquet?
Ao contrário dos seus homólogos palestinianos, ou dos kamikaze japoneses ou ainda dos tigres do Sri Lanka, a estas bombas humanas não as moveu a expectativa de que as suas famílias enlutadas fossem alvo de admiração, protegidas ou apoiadas com pensões devidas a mártires.
Muito pelo contrário, os familiares tiveram, nalguns casos, de se esconderem. Um dos homens cometeu a crueldade de deixar grávida a viúva e órfão o filho que começava a dar os primeiros passos. O acto destes quatro jovens traduziu-se num desastre não só para os próprios e para as vítimas, como também para as famílias deles e para toda a comunidade muçulmana da Grã-Bretanha que passaram a debater-se com represálias pelos seus actos.
Só a força da fé religiosa é capaz de motivar uma loucura tão extrema em pessoas que em tudo o mais davam mostras de sanidade e compostura.
Sam Harris, ao referir-se ao líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, demonstra grande perspicácia ao dizer o seguinte:
- “Por que razão haveria alguém de querer destruir as Torres de World Trade Center e toda a gente que nela se encontrava?
Chamar de “mau” a Bin Laden é fugir à nossa responsabilidade de dar uma resposta adequada a tão importante pergunta.
A resposta a esta questão é óbvia – quanto mais não seja porque foi pacientemente repetida pelo próprio Bin Laden. A resposta é que homens como ele acreditam “efectivamente” naquilo que dizem que acreditam. Acreditam na verdade literal do Corão. Por que motivo teriam 19 homens instruídos, pertencentes à classe média, trocado as suas vidas neste mundo pelo privilégio de matar milhares dos nossos semelhantes?
- Porque acreditavam que iam direitos para o paraíso se o fizessem.
É raro encontrar comportamentos humanos explicados de forma tão completa e satisfatória. Porque temos nós demonstrado tanta relutância em aceitar esta explicação?”
O conceituado jornalista Muriel Gray pronunciava-se de forma idêntica referindo-se às bombas de Londres:
- “ Culpa-se toda a gente. Desde o óbvio duo de ladrões: George Bush e Tony Blair até à inacção das comunidades muçulmanas. Mas nunca terá sido tão claro que existe apenas um culpado e que sempre assim foi. A causa de toda esta desgraça, do caos, da violência, do terror e da ignorância é, evidentemente, a própria religião e, embora pareça ridículo afirmar uma realidade tão óbvia, o governo e os media estão a esforçar-se ao máximo por fingir que não é assim.
A religião e a fé que a potencia está, e sempre esteve, na origem de todos estes aparentemente tresloucados actos. Quando os cristãos assassinam médicos das clínicas abortistas não é porque sejam psicóticos: fazem-no por idealismo religioso e ponto final.
Consideram bons os actos que praticam não devido a qualquer idiossincrasia pessoal destorcida, nem por terem sido possuídos por Satanás, mas tão-somente porque desde o berço foram educados a ter uma fé total e inquestionante.
Todas as pessoas religiosas e muito mais os representantes das Igrejas, sentem uma grande incomodidade com esta explicação tão simples quanto verdadeira. Quer queiram ou não, há um rasto de cumplicidade que fica, mesmo sabendo nós que a maioria das pessoas possuidoras de fé religiosa são pacíficas e inofensivas mas, atenção, aconteceram muitas surpresas com estas pessoas nos recentes acontecimentos dos Balcãs que puseram a ferro e fogo aquela região, mesmo considerando a importância dos factores nacionalistas.
Só a força da fé religiosa é capaz de motivar uma loucura tão extrema em pessoas que em tudo o mais davam mostras de sanidade e compostura.
Sam Harris, ao referir-se ao líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, demonstra grande perspicácia ao dizer o seguinte:
- “Por que razão haveria alguém de querer destruir as Torres de World Trade Center e toda a gente que nela se encontrava?
Chamar de “mau” a Bin Laden é fugir à nossa responsabilidade de dar uma resposta adequada a tão importante pergunta.
A resposta a esta questão é óbvia – quanto mais não seja porque foi pacientemente repetida pelo próprio Bin Laden. A resposta é que homens como ele acreditam “efectivamente” naquilo que dizem que acreditam. Acreditam na verdade literal do Corão. Por que motivo teriam 19 homens instruídos, pertencentes à classe média, trocado as suas vidas neste mundo pelo privilégio de matar milhares dos nossos semelhantes?
- Porque acreditavam que iam direitos para o paraíso se o fizessem.
É raro encontrar comportamentos humanos explicados de forma tão completa e satisfatória. Porque temos nós demonstrado tanta relutância em aceitar esta explicação?”
O conceituado jornalista Muriel Gray pronunciava-se de forma idêntica referindo-se às bombas de Londres:
- “ Culpa-se toda a gente. Desde o óbvio duo de ladrões: George Bush e Tony Blair até à inacção das comunidades muçulmanas. Mas nunca terá sido tão claro que existe apenas um culpado e que sempre assim foi. A causa de toda esta desgraça, do caos, da violência, do terror e da ignorância é, evidentemente, a própria religião e, embora pareça ridículo afirmar uma realidade tão óbvia, o governo e os media estão a esforçar-se ao máximo por fingir que não é assim.
A religião e a fé que a potencia está, e sempre esteve, na origem de todos estes aparentemente tresloucados actos. Quando os cristãos assassinam médicos das clínicas abortistas não é porque sejam psicóticos: fazem-no por idealismo religioso e ponto final.
Consideram bons os actos que praticam não devido a qualquer idiossincrasia pessoal destorcida, nem por terem sido possuídos por Satanás, mas tão-somente porque desde o berço foram educados a ter uma fé total e inquestionante.
Todas as pessoas religiosas e muito mais os representantes das Igrejas, sentem uma grande incomodidade com esta explicação tão simples quanto verdadeira. Quer queiram ou não, há um rasto de cumplicidade que fica, mesmo sabendo nós que a maioria das pessoas possuidoras de fé religiosa são pacíficas e inofensivas mas, atenção, aconteceram muitas surpresas com estas pessoas nos recentes acontecimentos dos Balcãs que puseram a ferro e fogo aquela região, mesmo considerando a importância dos factores nacionalistas.
Quando o quadro social se altera, quando grupos religiosos se envolvem em disputas levados por líderes ambiciosos e sem escrúpulos, vêm ao de cima comportamentos e reaçções de violência completamente inesperadas por parte de pessoas religiosas que pareciam perfeitamente pacíficas e inofensivas.
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