ENTREVISTAS
FICCIONADAS
COM JESUS CRISTO
Entrevista Nº 24
Tema – Mulheres Apóstolas?
Raquel – Os microfones das Emissoras Latinas instalados hoje no que foi antigamente o porto de Cafarnaum. Acompanha-nos J. Cristo em mais um dia da sua segunda vinda à Terra.
Cafarnaum, junto ao lago da Galileia, foi conhecida como a sua cidade. Por que motivo?
J. Cristo – É que eu saí da Nazaré e vim viver para aqui.
Raquel – E por que lhe ocorreu fixar-se num porto de pescadores?
J. Cristo – Bem, aqui viviam Pedro, André, Santiago… tinham barcos e umas redes.
Raquel – Eles eram pescadores, mas o senhor não.
J.Cristo – Não, eu via-os pescar a eles. Quando regressei do Jordão pensei: há que fazer qualquer coisa para que as coisas mudem neste país. E vim buscá-los a Cafarnaum.
Raquel – Pertenciam a alguma organização religiosa?
J. Cristo – Quem?
Raquel – Pedro, André, Santiago…
J. Cristo – Não, eles estavam organizados na resistência contra os Romanos…
Raquel – Então, o senhor os chamou e formou com eles o grupo dos 12 Apóstolos.
J.Cristo – Doze? Éramos muitos mais que 12!
Raquel – Na sua biografia fala-se de 12 Apóstolos.
J. Cristo – Não pode ser porque… vamos ver contando-os: Santiago e João, que eram filhos de Zebedeu. Salomé, a mãe deles que também se juntou ao movimento. Pedro e André, que eram irmãos. Juana a mulher de Cusa. Tomás, o gémeo e Maria a de Madalena, Filipe, Suzana, Natanael, Marta e sua irmã Maria, as de Betânia, Judas, o de Kariot, que fez o que fez…
Raquel – Um momento, o senhor está confundindo os nossos ouvintes.
J. Cristo – Onde está a confusão, Raquel?
Raquel – O senhor está misturando homens com mulheres, apóstolos com…
J. Cristo – Com apostolas. Pode-se dizer assim, não é verdade?
Raquel – Bem, não sei como se dirá… mas sempre pensei que o senhor elegeu só os varões para firmar a sua igreja.
J. Cristo – E quem te ensinou a dizeres isso? No nosso grupo havia de tudo: homens, mulheres, da Judeia, da Galileia, até uma Samaritana se juntou a nós…
Raquel – Aclaremos as coisas. Essas mulheres que o senhor menciona iriam no seu grupo… como apoio logístico.
J. Cristo – Apoio quê?
Raquel – Quero dizer, para vos fazer a comida, lavar a roupa… talvez… até para repouso dos pregadores.
J. Cristo – Mas, que dizes tu, Raquel?... Se as mulheres eram as melhores para falarem e entusiasmarem as pessoas!... as melhores também para organizarem. Elas eram iguais aos homens.
Raquel – Mas, então… temos uma chamada em linha… alô?
Renato – Está falando com Renato Sousa de Almeida da pastoral juvenil de São Paulo, Brasil.
Raquel – Pois fale devagar para o entendermos bem…
Renato – Jesus tem razão. Se não, leiam-se as epístolas de São Paulo onde ele narra como trabalhou com Junia, Lídia, a que vendia púrpura, com Evódia, com Febe, Apia, com um montão de mulheres nas primeiras comunidades cristãs…
Raquel – obrigado, Renato. Bem, então, se as coisas foram assim no começo… já se deu conta J. Cristo? Já viu agora os seus representantes recusam as mulheres como sacerdotes, como pastores, como bispas? Por que acha que procedem assim?
J. Cristo – Não sei, talvez por medo… talvez se sintam de menor estatura e não queiram reconhecê-lo.
Raquel – Então, se compreendo bem, o senhor estaria de acordo com o sacerdócio feminino?
J. Cristo – Eu não estou de acordo com nenhum sacerdócio, nem de homens nem de mulheres mas para dirigir as comunidades as mulheres são mais sábias, mais responsáveis também… Foi isso que a mensagem mais importante, a pérola mais preciosa, Deus a confiou a uma mulher e não a um homem.
Raquel – De que pérola nos falas?
J. Cristo – Por que não procurá-la em Magdala?... queres vir?... vamos, ela está perto.
Raquel – Sim, vamos. Emissoras Latinas a caminho de Magdala, a repórter, sua enviada especial, Raquel Perez.
NOTA
Independentemente do número inicial de discípulos de J. Cristo serem 18 ou 20, o 12 foi escolhido por ter um significado especial em Israel. Designava uma totalidade e um só número sintetizava todo o povo de Deus. Doze, foram os filhos de Jacob, os patriarcas que deram nome às 12 tribos que povoaram a Terra Prometida.
Quanto à importância das mulheres no movimento de Jesus Cristo, a escritora britânica especialista em temas do Médio Oriente, Lesley Hazleton, refere dados muito interessantes sobre os movimentos espirituais de mulheres a par dos homens em cargos de decisão e poder antes e depois de Jesus nos primeiros séculos da cristandade e que influenciaram o cristianismo.
O próprio discípulo Paulo, apesar da sua misoginia por ter pertencido à seita judaica dos fariseus afirmou que “em Cristo já não há homem nem mulher” (Gálatas 3.28), confirmando com esta afirmação a participação activa das mulheres nas primeiras comunidades cristãs.
A participação das mulheres foi desaparecendo a partir do Século IV com a conversão do Imperador Constantino e a passagem do Cristianismo a religião oficial do Império.
Esta recusa na participação das mulheres mantém-se e confirma-se: o Papa João Paulo II em 1994 e José Ratzinger, hoje Papa, expressavam, mais uma vez a profunda misoginia do catolicismo oficial.
“Declaro que a Igreja não tem de modo algum a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres e que este ditame deve ser considerado como definitivo por todos os fiéis”
Assim reza o documento de Maio de 1994 de João Paulo II que foi ractificado em 1995 pela Congregação da Doutrina da Fé onde pontificava o Cardeal Ratzinger, hoje Sumo Pontífice.
FICCIONADAS
COM JESUS CRISTO
Entrevista Nº 24
Tema – Mulheres Apóstolas?
Raquel – Os microfones das Emissoras Latinas instalados hoje no que foi antigamente o porto de Cafarnaum. Acompanha-nos J. Cristo em mais um dia da sua segunda vinda à Terra.
Cafarnaum, junto ao lago da Galileia, foi conhecida como a sua cidade. Por que motivo?
J. Cristo – É que eu saí da Nazaré e vim viver para aqui.
Raquel – E por que lhe ocorreu fixar-se num porto de pescadores?
J. Cristo – Bem, aqui viviam Pedro, André, Santiago… tinham barcos e umas redes.
Raquel – Eles eram pescadores, mas o senhor não.
J.Cristo – Não, eu via-os pescar a eles. Quando regressei do Jordão pensei: há que fazer qualquer coisa para que as coisas mudem neste país. E vim buscá-los a Cafarnaum.
Raquel – Pertenciam a alguma organização religiosa?
J. Cristo – Quem?
Raquel – Pedro, André, Santiago…
J. Cristo – Não, eles estavam organizados na resistência contra os Romanos…
Raquel – Então, o senhor os chamou e formou com eles o grupo dos 12 Apóstolos.
J.Cristo – Doze? Éramos muitos mais que 12!
Raquel – Na sua biografia fala-se de 12 Apóstolos.
J. Cristo – Não pode ser porque… vamos ver contando-os: Santiago e João, que eram filhos de Zebedeu. Salomé, a mãe deles que também se juntou ao movimento. Pedro e André, que eram irmãos. Juana a mulher de Cusa. Tomás, o gémeo e Maria a de Madalena, Filipe, Suzana, Natanael, Marta e sua irmã Maria, as de Betânia, Judas, o de Kariot, que fez o que fez…
Raquel – Um momento, o senhor está confundindo os nossos ouvintes.
J. Cristo – Onde está a confusão, Raquel?
Raquel – O senhor está misturando homens com mulheres, apóstolos com…
J. Cristo – Com apostolas. Pode-se dizer assim, não é verdade?
Raquel – Bem, não sei como se dirá… mas sempre pensei que o senhor elegeu só os varões para firmar a sua igreja.
J. Cristo – E quem te ensinou a dizeres isso? No nosso grupo havia de tudo: homens, mulheres, da Judeia, da Galileia, até uma Samaritana se juntou a nós…
Raquel – Aclaremos as coisas. Essas mulheres que o senhor menciona iriam no seu grupo… como apoio logístico.
J. Cristo – Apoio quê?
Raquel – Quero dizer, para vos fazer a comida, lavar a roupa… talvez… até para repouso dos pregadores.
J. Cristo – Mas, que dizes tu, Raquel?... Se as mulheres eram as melhores para falarem e entusiasmarem as pessoas!... as melhores também para organizarem. Elas eram iguais aos homens.
Raquel – Mas, então… temos uma chamada em linha… alô?
Renato – Está falando com Renato Sousa de Almeida da pastoral juvenil de São Paulo, Brasil.
Raquel – Pois fale devagar para o entendermos bem…
Renato – Jesus tem razão. Se não, leiam-se as epístolas de São Paulo onde ele narra como trabalhou com Junia, Lídia, a que vendia púrpura, com Evódia, com Febe, Apia, com um montão de mulheres nas primeiras comunidades cristãs…
Raquel – obrigado, Renato. Bem, então, se as coisas foram assim no começo… já se deu conta J. Cristo? Já viu agora os seus representantes recusam as mulheres como sacerdotes, como pastores, como bispas? Por que acha que procedem assim?
J. Cristo – Não sei, talvez por medo… talvez se sintam de menor estatura e não queiram reconhecê-lo.
Raquel – Então, se compreendo bem, o senhor estaria de acordo com o sacerdócio feminino?
J. Cristo – Eu não estou de acordo com nenhum sacerdócio, nem de homens nem de mulheres mas para dirigir as comunidades as mulheres são mais sábias, mais responsáveis também… Foi isso que a mensagem mais importante, a pérola mais preciosa, Deus a confiou a uma mulher e não a um homem.
Raquel – De que pérola nos falas?
J. Cristo – Por que não procurá-la em Magdala?... queres vir?... vamos, ela está perto.
Raquel – Sim, vamos. Emissoras Latinas a caminho de Magdala, a repórter, sua enviada especial, Raquel Perez.
NOTA
Independentemente do número inicial de discípulos de J. Cristo serem 18 ou 20, o 12 foi escolhido por ter um significado especial em Israel. Designava uma totalidade e um só número sintetizava todo o povo de Deus. Doze, foram os filhos de Jacob, os patriarcas que deram nome às 12 tribos que povoaram a Terra Prometida.
Quanto à importância das mulheres no movimento de Jesus Cristo, a escritora britânica especialista em temas do Médio Oriente, Lesley Hazleton, refere dados muito interessantes sobre os movimentos espirituais de mulheres a par dos homens em cargos de decisão e poder antes e depois de Jesus nos primeiros séculos da cristandade e que influenciaram o cristianismo.
O próprio discípulo Paulo, apesar da sua misoginia por ter pertencido à seita judaica dos fariseus afirmou que “em Cristo já não há homem nem mulher” (Gálatas 3.28), confirmando com esta afirmação a participação activa das mulheres nas primeiras comunidades cristãs.
A participação das mulheres foi desaparecendo a partir do Século IV com a conversão do Imperador Constantino e a passagem do Cristianismo a religião oficial do Império.
Esta recusa na participação das mulheres mantém-se e confirma-se: o Papa João Paulo II em 1994 e José Ratzinger, hoje Papa, expressavam, mais uma vez a profunda misoginia do catolicismo oficial.
“Declaro que a Igreja não tem de modo algum a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres e que este ditame deve ser considerado como definitivo por todos os fiéis”
Assim reza o documento de Maio de 1994 de João Paulo II que foi ractificado em 1995 pela Congregação da Doutrina da Fé onde pontificava o Cardeal Ratzinger, hoje Sumo Pontífice.
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