segunda-feira, junho 21, 2010


ENTREVISTAS
FICCIONADAS


COM JESUS CRISTO
Entrevista Nº 32


Tema – Para que serve a oração?


Raquel – Depois de termos saboreado o peixe do lago da Galileia, estamos novamente com Jesus Cristo que não passava por estes lugares há dois mil anos. Com ele ainda temos vários temas pendentes. Pronto, Jesus Cristo?

Jesus Cristo – Pronto. Depois de comer pensa-se melhor.

Raquel – Podemos voltar aos milagres e às orações a pedirem os milagres?

Jesus – Claro, Raquel.

Raquel – Digamos, Jesus Cristo, se Deus não faz milagres, como o senhor nos explicou para que serve rezar e andar pedindo saúde, trabalho, ficar bem no exame? Serve de alguma coisa?

Jesus – Serve de nada e de muito. Recordo um dia aqui em Cafarnaum. A sogra de Pedro estava muito mal. Não havia como aliviá-la, estavam rezando por ela. Eu fui, dei-lhe a mão, conversei, contei-lhe umas graças, fi-la rir… e ela melhorou. Tanto, que se levantou e até nos preparou a ceia… por certo uns peixes como aqueles que comemos.

Raquel – Mas… curou-se?

Jesus – Aliviou por uns dias. Já era muito velha. Teve uma morte rápida. Era o seu tempo.

Raquel – Mas se a sua família rezava e o senhor não fez o milagre de curá-la, para que nos conta essa história?

Jesus – Para que entendas que a oração não é para pedir milagres mas para pedir forças. Deus não altera as leis da natureza para fazer milagres. Não as vai alterar por ti, pelas tuas orações. Deus é justo, tê-las-ia que alterar para todos os seus filhos, incluindo os que não rezam…

Raquel – E se eu não consigo o milagre para que peço forças?

Jesus – Para que levantes a cabeça, te enchas de coragem e deixes de te lamentar, entendas que a vida prossegue e tudo isso te dará ânimo, talvez até te cure.

Raquel – E se não me curo?

Jesus – Se não te curares, não te sentirás só. Saberás que Deus está contigo, que te dará a mão numa má hora. Naquela tarde, com a sogra de Pedro, eu fui a mão de Deus para ela. Dei-lhe forças para ela se levantar e depois, quando morreu, também lhe dei a mão até ao fim. É para isso que serve a oração, para te sentires acompanhado, aconteça aquilo que acontecer.

Raquel – Muita gente encontra essa energia em amuletos, pedras, imagens, relíquias, escapulários… que pensa o senhor de tudo isso?

Jesus – Se isso os ajuda… Vi crianças que só conseguiam adormecer agarradas a um boneco.

Raquel – Então não pedimos nada a Deus? O senhor pedia-lhe o pão de cada dia.

Jesus – Pois pedia, mas logo a seguir saía a procurá-lo. Porque não basta rezar. Minha mãe ensinou-me que. “ajuda-te que Deus te ajudará” e o meu pai sempre nos repetia: “a Deus rogando com o martelo dando”.

Raquel – Uma última pergunta. Dizem que o senhor orava nos montes. Era alguma invocação misteriosa?

Jesus – Não, nenhum mistério… se eu já te disse que falava com Deus. Tu não falas com a tua mãe, com o teu pai, com os teus amigos sobre aquilo que se passa? Se estás triste falas com alguém que te escute e repartes com esse alguém a tua tristeza. Se estiveres alegre conversas e multiplicas a tua alegria. Também para isso serve a oração.

Raquel – E os ouvintes que pensam de tudo isto? Com que “amuleto” seguem na vida? Ou com que oração?

Emissoras Latinas estão à vossa disposição e Jesus Cristo também… desde que não seja para fazer milagres.

De Cafarnaum, Raquel Perez


NOTA

No tempo de Jesus, as pessoas simples de Israel, viam Deus como um rei longínquo, distante, e rezar era uma forma de lhe prestarem homenagem. Por esta razão, orava-se segundo fórmulas rígidas, solenes, estabelecidas em antigas tradições.

Jesus ensinou aos do seu grupo a oração do Padre-Nosso chamando, inclusivé, papá a Deus e com tanta espontaneidade e confiança criou uma novidade. Com o Padre-Nosso, mais do que uma fórmula rígida para ser
repetida em oração, Jesus propunha uma nova relação de confiança
e
proximidade com Deus.

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