INFORMAÇÕES ADICIONAIS
À ENTREVISTA Nº 65 SOB O TEMA:
OS SACERDOTES (4ª)
OS SACERDOTES (4ª)
Nas primeiras comunidades cristãs falava-se de presbíteros mais do que de sacerdotes. “Presbítero” significa “ancião” e num mundo onde as pessoas não viviam tantos anos como hoje e a sabedoria era recebida da própria vida e transmitida pelos mais velhos, a velhice chegava muito rapidamente e estava relacionada, precisamente, com sabedoria (no tempo dos meus avós dizia-se que o diabo sabia muito não por ser inteligente mas por ser velho).
O teólogo José Maria Marin explica:
- A mulher viúva correspondia ao presbítero masculino. O ministério das viúvas correspondia, provavelmente, a uma forma autónoma de um certo presbiterado feminino que perduraria até ao Séc. IV. Falava-se da viuvez como de um grupo apostólico reconhecido pela comunidade distinto. Estas viúvas eram denominadas anciãs ou presbíteras, nomes que se davam aos dirigentes das primeiras comunidades cristãs.
Desempenhavam várias funções: pastoral domiciliária entre mulheres, juntamente com serviços caritativos próprios dos diáconos (palavra que vem do grego e significa “servo” ou “ministro”), o ministério da oração, administração do baptismo e a celebração da eucaristia. A Igreja do Ocidente no Concílio de Leodicea no ano 343, acabou com o papel das viúvas nas comunidades cristãs.
E acrescentou ainda o teólogo:
- Se Jesus não tivesse posto as mulheres ao mesmo nível, em todas as ordens, com os homens não se poderia explicar como as primeiras comunidades cristãs tivessem dado às mulheres este protagonismo ministerial. Até Paulo, que se mostra tão intransigentemente misógino quando afirma que “não tolera que as mulheres falem no Templo” nem permite que “orem de cabeça descoberta”, não tem outro remédio que não seja citá-las como apóstolos e ministros dizendo que é “um preceito de Jesus”.
José Maria Marin
Este teólogo laico e ex-sacerdote católico expressa no seu texto “Sacerdócio Cristão ou Ministério da Comunidade”, de uma forma consistente que Jesus não foi sacerdote e que, seguindo Jesus, nas primeiras comunidades cristãs, não havia sacerdotes e que o sacerdócio provem de uma tradição alheia aos evangelhos.
Explica Marin:
- A chamada “ordenação” sacerdotal ou ministerial é um costume assumido do Império Romano, no qual “ordo” significava acesso a uma classe social determinada… Para os ministros religiosos estabeleceu-se a “Ordem dos Clérigos” que não passava de uma “casta” a que se chegava por uma “carreira”. O “ordo”, os filhos poderosos, notáveis, situados numa burocracia estável que se passou chamar “clero” que se considerava “sagrada” e que devia viver separada do resto, d0s laicos, do resto do povo.
Este teólogo laico e ex-sacerdote católico expressa no seu texto “Sacerdócio Cristão ou Ministério da Comunidade”, de uma forma consistente que Jesus não foi sacerdote e que, seguindo Jesus, nas primeiras comunidades cristãs, não havia sacerdotes e que o sacerdócio provem de uma tradição alheia aos evangelhos.
Explica Marin:
- A chamada “ordenação” sacerdotal ou ministerial é um costume assumido do Império Romano, no qual “ordo” significava acesso a uma classe social determinada… Para os ministros religiosos estabeleceu-se a “Ordem dos Clérigos” que não passava de uma “casta” a que se chegava por uma “carreira”. O “ordo”, os filhos poderosos, notáveis, situados numa burocracia estável que se passou chamar “clero” que se considerava “sagrada” e que devia viver separada do resto, d0s laicos, do resto do povo.
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