terça-feira, outubro 19, 2010

INFORMAÇÕES ADICIONAIS
À ENTREVISTA Nº 66 SOB O TEMA:


- O CELIBATO DOS SACERDOTES


O celibato pratica-se em muitas tradições religiosas. Nos mosteiros do Budismo, no Jainismo, no Hinduísmo… e foi também praticado no Judaísmo pelos essênios, no tempo de Jesus.

Os sacerdotes do Antigo Testamento, não, eles casavam-se e tinham família e também se casavam os presbíteros e dirigentes das primeiras comunidades cristãs, tal como aparece nos textos bíblicos do Novo Testamento.

O historiador e escritor chileno Ivan Ljubitic Vargas escreveu muitos textos sobre este tema e são dele os dados sintéticos que apresentamos de seguida sobre a história da lei do celibato:

- Nos séculos I, II e III a maioria dos presbíteros eram casados. A partir do século IV foi-se impondo a ideia de que o matrimónio e o sacerdócio eram incompatíveis. No Concílio de Elvira (Ano 306) aprovou-se um decreto que assinalava. “Todo o sacerdote que durma com sua esposa na noite antes de celebrar a missa perderá seu cargo” e o Concílio de Niceia (Ano 325) determinou, pela 1ª vez, que os sacerdotes não podiam ser casados mas esta disposição não foi acatada.

O Concílio de Tours II (567) estabeleceu que “todo o clérigo que seja encontrado na cama com a esposa será excomungado por um ano e reduzido ao estado laico”.

O Papa Pelágio II (575 – 590) ordenou “que não se repreendessem os sacerdotes sempre que não tenham passado as propriedades da Igreja para as suas esposas e filhos”. Este decreto (Ano 580) é revelador: pela 1ª vez expunham-se explicitamente as verdadeiras razões materiais e económicas da exigência do celibato sacerdotal: a herança das propriedades.

Desde o Concílio de Niceia até ao Séc. X tiveram lugar uma série de Sínodos Locais tocaram no tema do celibato. Em alguns exigia-se aos sacerdotes casados que abandonassem as suas esposas, noutros permitia-se que vivessem com elas e ainda noutros, a convivência sempre que o sacerdote se comprometesse a ter apenas uma mulher.

Neste período de seis séculos houve onze Papas filhos de Papa e de outros clérigos.

No Séc. VII a maioria dos sacerdotes franceses estavam casados. No 8º Concílio de Toledo (Ano 653) estabeleceu-se que as esposas dos sacerdotes podiam ser vendidas como escravas. O Papa Leão XI que governou a Igreja no Séc. XI estabeleceu que as mulheres dos sacerdotes
podiam servir como escravas no palácio romano de Letrão.

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