INFORMAÇÔES ADICIONAIS
À ENTREVISTA Nº 71 SOB O TEMA:
- “QUEM FUNDOU A IGREJA” (3 e último)
- “QUEM FUNDOU A IGREJA” (3 e último)
Primeiro Imperador Romano Cristão
Com um hábil oportunismo político, convencido que o Império Romano em crise necessitava de ser unificado debaixo de uma única filosofia, de um único poder e de uma única religião, Constantino decidiu atribuir ao Deus dos cristãos e a um sinal da cruz, que disse ter visto em sonhos, a vitória militar contra o seu rival Magêncio, proeza que lhe permitiu converter-se em Imperador Romano do Ocidente, corria o ano 312.
No ano seguinte, 313, Constantino garantiu a liberdade religiosa (ele próprio, nunca deixou de adorar o deus Sol – Deus Sol Invicto - do qual era Sumo Sacerdote e nas suas moedas manteve como símbolo principal o Sol) em todo o Império pelo Édito de Milão e em 315 aboliu a morte na cruz como castigo para delitos.
A partir desse ano começou a “cristianizar” as leis romanas começando a doar terras aos bispos cristãos e a transferir para eles poderes civis. Iniciou também a construção de templos cristãos – “todos dignos do nosso amor ao faustoso”- nas palavras do Papa Eusébio.
Muitos desses templos foram construídos sobre os escombros dos templos da religião romana que mandou destruir excepção feita ao Panteon (Templo de todos os deuses) construído no início do Império, na época greco-romana, um edifício que continua a assombrar os turistas que o visitam e cujo desenho, Miguel Ângelo terá dito que “era angélico e não humano”.
No ano 321, Constantino introduziu o Domingo como feriado religioso e permitiu à igreja cristã possuir propriedades. No ano 325, Constantino consagrou-se como único imperador do Ocidente e do Oriente e convocou o Concílio de Niceia que outorgou legitimidade legal ao cristianismo no Império Romano, definiu quem era Jesus Cristo e qual era a doutrina correcta, ou seja, o “credo” da religião oficial. Morreu em 337 e foi baptizado no seu leito de morte como cristão. (Em vida, mandou matar o seu filho Crispus, sufocou a sua mulher Fausta em banho sobreaquecido, mandou estrangular o marido da sua irmã e chicotear até à morte o filho da irmã).
Com a proibição de todos os cultos e sacrifícios pagãos decretada pelo seu sucessor, Imperador Teodósio, em 380 pelo Édito de Tsalónica, o cristianismo passou a ser a religião de Estado e a igreja de Roma a igreja do Estado e a heresia contra a igreja de Roma era um delito contra o Estado.
Tudo estava consumado… a igreja havia sido fundada.
“Jesus ressuscitará da tumba desta igreja”.
São milhões os cristãos que em todo o mundo anseiam e esperam por uma alteração na igreja, que acreditam que outra igreja é possível. Mas modificar-se-á uma igreja fundada no poder? Recuperará as suas origens do Movimento liderado por Jesus da Nazaré?
No livro do teólogo espanhol Juan Luís Herrero del Pozo “Religião Sem Magia” (Edições El Almendro, 2006) o autor apresenta as suas reflexões com estas audazes palavras:
“O pensamento mágico nasce incrustado dentro do sentido religioso em todos os tempos. É como o bicho do caruncho que avança insidiosamente e quando se faz notar já construiu já construiu milhares de galerias que esvaziaram a madeira e fragilizaram o edifício até fazê-lo ruir.
O edifício completo das igrejas cristãs, o seu emaranhado de dogmas, sacramentos, leis e estruturas está corroído pelo caruncho da magia e não tem futuro.
É estéril e até nocivo o esforço institucional para escorar o edifício. O inevitável desabamento da igreja enche-nos de esperança de ver renascer no deserto o testemunho revolucionário do Maestro da Nazaré”.
Parafraseando o teólogo Paul Tillich, “Jesus ressuscitará do túmulo desta igreja”.
Com um hábil oportunismo político, convencido que o Império Romano em crise necessitava de ser unificado debaixo de uma única filosofia, de um único poder e de uma única religião, Constantino decidiu atribuir ao Deus dos cristãos e a um sinal da cruz, que disse ter visto em sonhos, a vitória militar contra o seu rival Magêncio, proeza que lhe permitiu converter-se em Imperador Romano do Ocidente, corria o ano 312.
No ano seguinte, 313, Constantino garantiu a liberdade religiosa (ele próprio, nunca deixou de adorar o deus Sol – Deus Sol Invicto - do qual era Sumo Sacerdote e nas suas moedas manteve como símbolo principal o Sol) em todo o Império pelo Édito de Milão e em 315 aboliu a morte na cruz como castigo para delitos.
A partir desse ano começou a “cristianizar” as leis romanas começando a doar terras aos bispos cristãos e a transferir para eles poderes civis. Iniciou também a construção de templos cristãos – “todos dignos do nosso amor ao faustoso”- nas palavras do Papa Eusébio.
Muitos desses templos foram construídos sobre os escombros dos templos da religião romana que mandou destruir excepção feita ao Panteon (Templo de todos os deuses) construído no início do Império, na época greco-romana, um edifício que continua a assombrar os turistas que o visitam e cujo desenho, Miguel Ângelo terá dito que “era angélico e não humano”.
No ano 321, Constantino introduziu o Domingo como feriado religioso e permitiu à igreja cristã possuir propriedades. No ano 325, Constantino consagrou-se como único imperador do Ocidente e do Oriente e convocou o Concílio de Niceia que outorgou legitimidade legal ao cristianismo no Império Romano, definiu quem era Jesus Cristo e qual era a doutrina correcta, ou seja, o “credo” da religião oficial. Morreu em 337 e foi baptizado no seu leito de morte como cristão. (Em vida, mandou matar o seu filho Crispus, sufocou a sua mulher Fausta em banho sobreaquecido, mandou estrangular o marido da sua irmã e chicotear até à morte o filho da irmã).
Com a proibição de todos os cultos e sacrifícios pagãos decretada pelo seu sucessor, Imperador Teodósio, em 380 pelo Édito de Tsalónica, o cristianismo passou a ser a religião de Estado e a igreja de Roma a igreja do Estado e a heresia contra a igreja de Roma era um delito contra o Estado.
Tudo estava consumado… a igreja havia sido fundada.
“Jesus ressuscitará da tumba desta igreja”.
São milhões os cristãos que em todo o mundo anseiam e esperam por uma alteração na igreja, que acreditam que outra igreja é possível. Mas modificar-se-á uma igreja fundada no poder? Recuperará as suas origens do Movimento liderado por Jesus da Nazaré?
No livro do teólogo espanhol Juan Luís Herrero del Pozo “Religião Sem Magia” (Edições El Almendro, 2006) o autor apresenta as suas reflexões com estas audazes palavras:
“O pensamento mágico nasce incrustado dentro do sentido religioso em todos os tempos. É como o bicho do caruncho que avança insidiosamente e quando se faz notar já construiu já construiu milhares de galerias que esvaziaram a madeira e fragilizaram o edifício até fazê-lo ruir.
O edifício completo das igrejas cristãs, o seu emaranhado de dogmas, sacramentos, leis e estruturas está corroído pelo caruncho da magia e não tem futuro.
É estéril e até nocivo o esforço institucional para escorar o edifício. O inevitável desabamento da igreja enche-nos de esperança de ver renascer no deserto o testemunho revolucionário do Maestro da Nazaré”.
Parafraseando o teólogo Paul Tillich, “Jesus ressuscitará do túmulo desta igreja”.
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