terça-feira, dezembro 07, 2010

INFORMAÇÃO ADICIONAL
SOBRE A ENTREVISTA Nº 73 SOB O TEMA:

“A INFABILIDADE DO PAPA” (1)


Contra Todos Os Avanços Modernos


Nos finais do século XIX, chegou-se ao ponto culminante do processo de encobrimento do Papa de Roma com a proclamação do dogma da “infalibilidade”. Nessa época, o Papado havia perdido os chamados Estados Pontifícios formados por um aglomerado de territórios, basicamente no centro da península Itálica, que se mantiveram como um Estado independente entre os anos 756 e 1870, sob a directa autoridade civil dos Papas, cuja capital era Roma.

Por isso, para recuperar prestígio e poder, o Papa Pio IX (1846-1878) convocou em 1870 o Concílio Vaticano I.

Já em 1864, Pio IX, havia proclamado o “Syllabus” que condenava praticamente todos os avanços científicos, filosóficos e teológicos com os quais o pensamento moderno se separava da visão medieval do mundo, defendido ferozmente pelos Papas de Roma durante séculos.

Entre os “horrores” condenados estavam, entre outros, o panteísmo (crença que identifica o Universo com Deus), o racionalismo, o laicismo, o democratismo e o liberalismo.

O documento mais polémico que se proclamou no Concílio Vaticano I foi a Constituição Dogmática “Pastor Aeternus”, aprovada a 18 de Julho de 1871, que definiu a infalibilidade pontifícia.

Neste Concílio, dos 1050 Bispos com direito a participar estiveram presentes 774. Entre muitos destes, especialmente franceses e alemães, houve resistências à proclamação do dogma da infalibilidade. Está hoje demonstrado que os Bispos não puderam debater.
Proibiram-nos, sob pena de pecado mortal, de dizerem publicamente o que se passava na sala das sessões, manipularam-se as eleições e os que estavam em desacordo com o dogma da infalibilidade foram ameaçados.

Relata-se, por exemplo, que 55 Bispos abandonaram Roma em sinal de protesto antes da votação e que o bispo francês, Lecourtier, sentiu-se tão deprimido com tudo aquilo que havia presenciado que agarrou nos seus documentos conciliares atirou-os ao rio Tibre e abandonou
Roma sendo, por isso, despojado do seu bispado.

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