sexta-feira, fevereiro 25, 2011

INFORMAÇÕES ADICIONAIS
À ENTREVISTA Nº 83 SOB O TEMA:

“OS JUDEUS MATARAM JESUS?” (4)


Um Movimento Judaico

Jesus nunca pensou em algo como o cristianismo que hoje conhecemos. Jesus era um judeu que, na sua cultura e religião, liderou um movimento de mudança, transformação, renovação. Após a sua morte, este movimento foi centrado na Galiléia e em Jerusalém, numa comunidade liderada por Tiago, irmão de Jesus, a quem então o Sumo Sacerdote Ananias, mandou assassinar em 62. Poucos anos depois, em 70, o Templo foi destruído, Jerusalém arrasada e teve início a diáspora judaica.


Antes deste desastre ocorrer, já havia cristãos espalhados por quase todo o Império Romano, pela tenacidade organizadora de Paulo. Mas grande parte desses primeiros cristãos eram, na realidade, judeus-cristãos, seguidores do Judeu-Jesus que tanto havia contribuído para renovar o judaísmo, com uma visão diferente de Deus e um convite a uma religião baseada não em leis, hierarquias ou ritos mas na justiça e compaixão nas relações humanas.
Com a morte de Santiago, a destruição de Jerusalém e do reinado do imperador Nero - que viu nos cristãos inimigos e começou a persegui-los - acelerou-se o processo de separação e a crescente animosidade entre o judaísmo e o cristianismo, cada vez mais influenciado pela cultura greco-romana para se tornar a religião oficial do Império.
Apenas um número que expressa essa evolução: os primeiros seguidores de Jesus eram na maioria judeus que falavam aramaico, a língua que Jesus falava. Somente três séculos mais tarde, no Concílio de Nicéia, quando surge oficialmente uma igreja cristã com a sus sede mais importante em Roma, os líderes da igreja já só falavam grego, e qualquer coisa de latim.

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