INFORMAÇÕES ADICIONAIS
À ENTREVISTA Nº 28 SOBRE O TEMA:
“DÍVIDAS OU ESPOLIAÇÃO?”(4º e últ.)
Jubileu: A Anulação da Dívida
O Ano da Graça, também chamado de Ano Jubilar, era anunciado com o toque de um corno chamado em hebraico "Yobel".
Como a dívida externa dos países do Sul em desenvolvimento continua a ser um peso para suas economias, ainda há ecos da Campanha Jubileu 2000, lançado em 1996 por agências cristãs de desenvolvimento tornada depois extensiva generalizado a mais de 60 países do mundo.
Essa campanha exigiu o cancelamento da dívida dos países mais pobres do mundo. Chegou a colher 24 milhões de assinaturas de pessoas de todo o mundo. Entre os muitos argumentos das agências que estavam promovendo esta iniciativa para denunciar a dívida externa injusta foram estes:
- Empréstimos internacionais negociados em segredo pelas elites locais e os credores poderosos pelo FMI e Banco Mundial;
- Os mais afectados pela dívida externa são os pobres, porque o orçamento para a saúde, educação e água potável foram desviados para pagamento da dívida;
- Não existem leis de falência para os países e não existe uma estrutura para estabelecer que a dívida é impagável;
- E, finalmente, as negociações para a perdão da dívida são sempre dirigidas pelos credores.
Apesar de iniciativas posteriores, como a do HIPC para perdoar a dívida quase que inteiramente dos países mais pobres e mais endividados do mundo, o problema da dívida externa como um elemento desestabilizador na maioria dos países ainda está presente.
Liana Cisneros é uma investigadora peruana, membro do Jubileu Plus, um centro especializado em análise de dívida com sede em Londres, que deu continuidade ao Jubileu 2000.
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