domingo, janeiro 29, 2012

HOJE É
DOMINGO






Aos visitantes do Memórias Futuras propusemo-nos transcrever cem entrevistas com Jesus da Nazaré e os respectivos comentários feitos por estudiosos e especialistas nestes assuntos, dando voz à doutrina da Teologia da Libertação que desmonta a religião católica de Roma nas suas práticas ao longo dos tempos, traindo a verdadeira mensagem de Jesus da Nazaré.

De todos os temas abordados nessas entrevistas o mais importante, o que toca o essencial da religião, não só da católica mas de todas as religiões, é exactamente este em que estamos agora, sobre “O Ateísmo”.

Nesta entrevista, Jesus é confrontado com o tema do ateísmo mas ele ignora o que seja:

- “No meu tempo essa palavra era desconhecida” mas depois acrescenta que ateus eram aqueles que adoravam outros deuses que não o de Israel.

Ou seja, há dois mil anos atrás, era inconcebível que alguém não adorasse um deus, pelo menos um, depois de toda aquela profusão de deuses da antiguidade clássica. O homem estava, então, demasiado indefeso no que respeita aos fenómenos da natureza e às doenças do seu próprio corpo para que pudesse dar-se ao luxo de viver sem qualquer amparo divino.

O ateísmo, hoje, não é uma reacção aos malefícios do aparelho de poder da Igreja Católica de Roma e de outras religiões, sejam elas quais forem, e que são uma evidência histórica dos dias de ontem e de hoje ("Corrupção abala Cidade do Vaticano" 27/01/2012) mas, tão somente, um fenómeno de autonomia do homem moderno relativamente a essa herança genética que dá pelo nome de fé ou crença.

Eu não preciso de me socorrer do exercício da fé para pautar a minha vida pelos valores da justiça, especialmente a distributiva da riqueza, amor e solidariedade entre os homens e respeito pela natureza.

A verdadeira modernidade é a interiorização e prática destes princípios como normas fundamentais da vida em sociedade e não por receio, agrado ou recompensas após a morte.

Mas há dois mil anos atrás, um homem, Jesus da Nazaré, por amor ao seu Deus, deu a vida por esses valores. Se assim foi, se tudo se passou como se relata, considero-o uma referência de toda a humanidade e um exemplo a seguir, hoje e sempre, e esta posição não tem a ver com nenhum deus.

O fanatismo religioso continua a campear entre seguidores de Maomé, nos países do norte de África, dos seguidores de Jeová e de Jesus na América actual e por todo o mundo, constituindo o maior factor perturbador da paz e do entendimento entre os homens juntamente com os atentados à natureza.

Prefiro não criticar qualquer religião em si mesma porque, aos olhos de outros, tal poderia parecer um elogio ou simples aprovação implícita de outra religião mas, naturalmente, da prática de cada uma delas, resultam comportamentos perigosos e reprováveis. A pedofilia e os negócios fraudulentos com a banca no seio da Igreja de Roma e a violência selvática entre os próprios seguidores do profeta Maomé quase todos os dias estampados na imprensa, fazem um cidadão normal da nossa sociedade arrepiar-se de espanto e pavor.

A sociedade actual desenvolveu e aprovou já regras de convivência entre os homens e de dever cívico que devem ser, essas sim, os baluartes e faróis que iluminam a humanidade. As religiões apenas contribuem, com os seus extremismos inevitáveis, para precipitar guerras, ódios, sofrimento e apressar o fim…

Thomas Jefferson, um dos mais importantes “Pais fundadores da América” (1776), numa carta ao seu sobrinho Peter Carr aconselhava-o desta maneira:

“Repele todos os receios de preconceitos servis, sob os quais as mentes fracas servilmente se agacham. Amarra firme a razão ao seu assento e submete ao seu tribunal cada facto, cada opinião. Com arrojo, questiona até a existência de um Deus; porque se existir, ele há-de mais depressa aprovar a homenagem da razão do que a do medo vendado”.

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