GABRIELA
CRAVO
E
CANELA
Episódio nº 31
Preços altos absorveriam todo o lucro. Tinha de arranjar, naquele mesmo dia, se possível, uma cozinheira e de mão-cheia, sem o que…
- É capaz de ter de jogar a carga no mar para se safar – comentou um homem em mangas de camisa. – Tá preso de verdade.
Nacib esqueceu por um momento suas preocupações: as máquinas do navio roncavam sem sucesso.
- Isso vai acabar… - a voz do Doutor na discussão.
- Ninguém nem sabe direito quem é esse tal Mundinho Falcão… - atacava Amâncio Leal, sempre suave.
- Não sabe? Pois é um homem que está nesse navio, um homem como Ilhéus precisa.
O navio sacudia-se, o casco arrastava-se sobre a areia, os motores gemiam, o prático gritava ordens. Na ponte de comando surgiu um homem ainda jovem, bem vestido, as mãos sobre os olhos, buscando reconhecer amigos entre os espectadores.
- Lá está ele… Mundinho! – avisou o Capitão.
- Onde?
- Lá em cima…
Sucederam-se os gritos:
- Mundinho! Mundinho!
O outro ouviu, procurou donde vinham as vozes, abanou com a mão. Depois desceu as escadas, desapareceu durante uns minutos, surgiu na amurada, entre os passageiros, risonho.
Punha agora as mãos em concha em torno da boca para anunciar:
- O engenheiro vai vir!
- Que engenheiro?
- Do Ministério da Viação, para estudar a barra. Grandes novidades…
- Tão vendo? O que é que eu dizia?
Por detrás de Mundinho Falcão surgia a figura de uma mulher nova, um grande chapéu verde, cabelos loiros. Tocava, sorridente, o braço do exportador.
- Que mulher, puxa! Mundinho não perde tempo…
- Um peixão! – Nhô Galo aprovou com a cabeça.
O navio balançou violentamente, assustando os passageiros – a mulher loira soltou um pequeno grito – o fundo desprendeu-se da areia, um clamor alegre desprendeu-se de terra e de bordo. Um homem escuro e magérrimo, cigarro na boca ao lado de Mundinho, olhava indiferente. O exportador disse-lhe uma coisa, ele riu.
Esse Mundinho é um finório… - comentou com simpatia, o coronel Ribeirinho.
O navio apitou, apito largo e livre, rumou para o porto
É um lorde, não é como a gente – respondeu sem simpatia o coronel Amâncio Leal.
Vamos saber as novidades que Mundinho traz – propôs o capitão.
Preços altos absorveriam todo o lucro. Tinha de arranjar, naquele mesmo dia, se possível, uma cozinheira e de mão-cheia, sem o que…
- É capaz de ter de jogar a carga no mar para se safar – comentou um homem em mangas de camisa. – Tá preso de verdade.
Nacib esqueceu por um momento suas preocupações: as máquinas do navio roncavam sem sucesso.
- Isso vai acabar… - a voz do Doutor na discussão.
- Ninguém nem sabe direito quem é esse tal Mundinho Falcão… - atacava Amâncio Leal, sempre suave.
- Não sabe? Pois é um homem que está nesse navio, um homem como Ilhéus precisa.
O navio sacudia-se, o casco arrastava-se sobre a areia, os motores gemiam, o prático gritava ordens. Na ponte de comando surgiu um homem ainda jovem, bem vestido, as mãos sobre os olhos, buscando reconhecer amigos entre os espectadores.
- Lá está ele… Mundinho! – avisou o Capitão.
- Onde?
- Lá em cima…
Sucederam-se os gritos:
- Mundinho! Mundinho!
O outro ouviu, procurou donde vinham as vozes, abanou com a mão. Depois desceu as escadas, desapareceu durante uns minutos, surgiu na amurada, entre os passageiros, risonho.
Punha agora as mãos em concha em torno da boca para anunciar:
- O engenheiro vai vir!
- Que engenheiro?
- Do Ministério da Viação, para estudar a barra. Grandes novidades…
- Tão vendo? O que é que eu dizia?
Por detrás de Mundinho Falcão surgia a figura de uma mulher nova, um grande chapéu verde, cabelos loiros. Tocava, sorridente, o braço do exportador.
- Que mulher, puxa! Mundinho não perde tempo…
- Um peixão! – Nhô Galo aprovou com a cabeça.
O navio balançou violentamente, assustando os passageiros – a mulher loira soltou um pequeno grito – o fundo desprendeu-se da areia, um clamor alegre desprendeu-se de terra e de bordo. Um homem escuro e magérrimo, cigarro na boca ao lado de Mundinho, olhava indiferente. O exportador disse-lhe uma coisa, ele riu.
Esse Mundinho é um finório… - comentou com simpatia, o coronel Ribeirinho.
O navio apitou, apito largo e livre, rumou para o porto
É um lorde, não é como a gente – respondeu sem simpatia o coronel Amâncio Leal.
Vamos saber as novidades que Mundinho traz – propôs o capitão.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home