quarta-feira, março 28, 2012

INFORMAÇÕES ADICIONAIS À ENTREVISTA
Nº 43 Sobre O TEMA: “JESUS E A SIDA” (6)

A doença mais temida: a Lepra




Ao longo da história sempre houve doenças tabus que geraram medos colectivos a interagirem com algum destino oculto fatalista. Para compreender a lógica dessas construções sociais e culturais, recomendamos o excelente livro de Susan Sontag "A Doença como Metáfora" (Taurus, 2003).

No tempo de Jesus era a lepra a doença tabu. A lepra, era então, a coisa mais próxima ao que, na nossa época, é a SIDA tanto para os doentes, que foram excluídos, como para a sociedade, que os temiam e rejeitava.
As leis religiosas interpretavam a lepra como um castigo de Deus e ordenou aos leprosos que se separassem das suas famílias e vivessem em comunidade isolados em cavernas. Quando circulavam nas estradas teriam de gritar ou tocar sinos para avisar as pessoas saudáveis nas proximidades.



O leproso era um "impuro" não do ponto de vista de infecção, mas do ponto de vista religioso, um "maldito de Deus" - e, portanto, os sacerdotes que ditavam tanto a doença como a cura, se ela ocorresse.. No Antigo Testamento é muito extensa e pormenorizada a legislação sobre a lepra.
Como uma doença temida era crença popular de que a lepra desapareceria com a chegada do Messias.

Que Jesus se aproximou dos leprosos e os tocava foi mais do um sinal de compaixão e simpatia, foi uma rejeição voluntária de uma lei religiosa que ele considerava desumana e injusta. A Lei religiosa tornava culpado todo aquele que tocasse era ninguém um impuro (Levítico 5, 2-4). Assim, o ato de Jesus, foi revolucionário.

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