segunda-feira, abril 30, 2012


INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
 À ENTREVISTA Nº 48 SOBRE O TEMA:
- “SANTA INQUISIÇÃO?” (3)

Para Aniquilar os Judeus e os Protestantes

A Inquisição espanhola actuou por mais de 300 anos. Foi criado em 1478 por uma bula papal para combater as práticas judaicas de judeus espanhóis obrigados a converterem-se ao cristianismo.  No século XV e XVI agiu contra judeus convertidos e mouriscos (árabes convertidos).  Durante o Século XVI e XVII agiu contra os luteranos e bruxas.  Nos séculos XVII e XVIII contra os maçons e censurar livros.  Em 1559 a Inquisição Romana tinha criado o Índice de Livros Proibidos, uma lista de publicações e autores que não podiam ser lidos sob pena de excomunhão.  O índice especificava os capítulos, páginas ou linhas que deviam ser censurados (cortado ou riscado) de livros parcialmente permitidos pela Inquisição.

Para a Inquisição espanhola os meninos maiores de 12 anos e as meninas maiores de14 poderiam ser responsáveis por heresia.  Hereges e convertidos ao catolicismo para evitarem a perseguição, foram os principais objectivos das investigações e de processos. O primeiro Grande Inquisidor de Espanha foi o monge dominicano Tomás de Torquemada, confessor da rainha Isabel "a Católica" que presidiu a inúmeros processos da Inquisição e foi responsável pela queima de bibliotecas judaicas e árabes. Seu nome tem sido utilizado na língua espanhola como sinónimo de pessoas fanáticos e intolerantes.  Estima-se que durante a vigência de Torquemada foram queimados mais de 10 mil pessoas, cerca 27.000 foram torturadas e alguns 114.000 foram condenados.

Depois da conquista da América foram criados tribunais da Inquisição na Cidade do México, Lima e Cartagena. O tribunal de Lima tinha jurisdição sobre todo o Peru, Panamá, Quito, Cusco, Río de la Plata, Tucumán, Concepción e Santiago de Chile.  O do México sobre toda a América Central. Em 1573 foi realizada em Lima, o primeiro auto de fé, em que Mateo Salado, um cidadão francês, foi queimado vivo acusado de ser Luterano.
No seu acórdão, no século XVI, um inquisidor contra Mariana de Carvajal, residente no México, escrevia: -  "eu a condeno ao garrote até morrer naturalmente e, em seguida, será queimada em chamas vivas até que se transforme em cinzas e dela não se tenha memória". Esta mulher foi acusada de ser judia. O pecado de "sodomia" era um dos mais perseguidos pelos tribunais da Inquisição na América Latina.

Acabar com a Inquisição foi uma reivindicação apresentada por todos os envolvidos nas lutas pela independência na América Latina. O último condenado à morte por enforcamento pela Inquisição espanhola de morte por enforcamento, foi um professor de escola acusado de deísta, em 1826, em Valência. 

Denunciaram-no porque não levou os seus alunos à missa a rezar a Ave Maria.  O caso teve repercussão em toda a Europa e em Espanha marcou o fim desta instituição nefasta.


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