INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
À ENTREVISTA Nº
48 SOBRE O TEMA:
- “SANTA INQUISIÇÃO?” (3)
Para Aniqui lar
os Judeus e os Protestantes
A
Inqui sição espanhola actuou por mais de 300 anos. Foi criado em 1478 por uma bula papal
para combater as práticas judaicas de judeus espanhóis obrigados a converterem-se ao cristianismo. No século XV e
XVI agiu contra judeus convertidos e mouriscos (árabes convertidos). Durante o Século XVI e XVII agiu
contra os luteranos e bruxas. Nos
séculos XVII e XVIII contra os maçons e censurar livros. Em 1559 a Inqui sição Romana tinha criado o Índice de Livros
Proibidos, uma lista de publicações e autores que não podiam ser lidos sob pena
de excomunhão. O índice
especificava os capítulos, páginas ou linhas que deviam ser censurados (cortado
ou riscado) de livros parcialmente permitidos pela Inqui sição.
Para
a Inqui sição espanhola os meninos
maiores de 12 anos e as meninas maiores de14 poderiam ser responsáveis por
heresia. Hereges e convertidos ao
catolicismo para evitarem a perseguição, foram os principais objectivos das
investigações e de processos. O
primeiro Grande Inqui sidor de
Espanha foi o monge dominicano Tomás de Torquemada, confessor da rainha Isabel
"a Católica" que presidiu a inúmeros processos da Inqui sição e foi responsável pela queima de
bibliotecas judaicas e árabes. Seu
nome tem sido utilizado na língua espanhola como sinónimo de pessoas fanáticos e
intolerantes. Estima-se que
durante a vigência de Torquemada foram queimados mais de 10 mil pessoas, cerca
27.000 foram torturadas e alguns 114.000 foram condenados.
Depois
da conqui sta da América foram
criados tribunais da Inqui sição na
Cidade do México, Lima e Cartagena. O tribunal de Lima tinha jurisdição sobre
todo o Peru, Panamá, Quito, Cusco, Río de la Plata , Tucumán, Concepción e Santiago de Chile. O do México sobre toda a América
Central. Em 1573 foi realizada em
Lima, o primeiro auto de fé, em que Mateo Salado , um cidadão francês, foi
queimado vivo acusado de ser Luterano.
No
seu acórdão, no século XVI, um inqui sidor
contra Mariana de Carvajal, residente no México, escrevia: - "eu a condeno ao garrote até morrer
naturalmente e, em seguida, será queimada em chamas vivas até que se transforme em cinzas e dela não se tenha memória". Esta
mulher foi acusada de ser judia. O
pecado de "sodomia" era um dos mais perseguidos pelos tribunais da Inqui sição na América Latina.
Acabar
com a Inqui sição foi uma
reivindicação apresentada por todos os envolvidos nas lutas pela independência
na América Latina. O último
condenado à morte por enforcamento pela Inqui sição
espanhola de morte por enforcamento, foi um professor de escola acusado de deísta, em 1826, em Valência.
Denunciaram-no porque não levou os seus alunos à missa a rezar a Ave Maria. O
caso teve repercussão em toda a Europa e em Espanha marcou o fim desta
instituição nefasta.
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