quarta-feira, maio 02, 2012

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
À ENTREVISTA Nº 48 SOBRE O TEMA:
“A SANTA INQUISIÇÃO?” (5)





Um Caso, um Exemplo, um Horror…


No livro de Henry Charles Lea, "História da Inquisição de Espanha" (História da Inquisição espanhola), Volume 4, relata um incidente em Espanha, no século XVI, após o início da perseguição aos judeus que viviam em terras espanholas.
Elvira del Campo, uma mulher grávida, foi presa pela Inquisição, por suspeita de que era judia. Na prisão, ela deu à luz uma criança.  Um ano depois foi levada perante o tribunal da Inquisição em Toledo.
 Dois trabalhadores que viviam como inquilinos na sua casa foram apresentados como testemunhas e disseram que Elvira não comia carne de porco e que aos sábado vestia roupa interior limpa.  Por causa deste comportamento desconfiaram que ela fosse judia e as duas testemunhas foram premiados com três anos de indulgências por seus pecados.
Quando questionada, Elvira afirmou ser cristã, tal como seu marido e seu pai o eram. No entanto, sua mãe tinha antepassados ​​judeus.  Elvira disse ao tribunal que desde a infância não comiam carne de porco porque lhe dava náuseas e sentia-se mal e que sua mãe havia lhe ensinado a mudar de roupa interior no sábado, e que ela nunca viu nisso qualquer significado religioso. O tribunal ameaçou torturá-la, se não dissesse que era judia. Como não o disse foi desnudada.  Amarraram-lhe as mãos, apertando-os com cordas até quebrar ossos. Ela foi então amarrado a uma mesa com bordas afiadas, mantendo-o amarrada. Durante a tortura confessou violar a lei, mas como não sabia que as leis eram foi submetida à tortura da água: taparam-lhe o nariz e pela boca, através de um funil, jogaram litros de água. Depois a golpearam no ventre assim inchado. Muitas vítimas desta tortura morriam afogadas ou esventradas. Elvira não morreu.  Por quatro dias a tortura foi suspensa e trancaram-na numa cela onde ela confessou ser judia e pediu misericórdia. Essa misericórdia consistiu em não a matarem mas confiscaram-lhe todos os seus bens e condenaram-na a três anos de prisão Ao fim de seis meses, libertaram-na. Tinha enlouquecido.


Site Meter