A ESPIRAL DE ÓDIO
E AS SUAS ORIGENS
Mas esta repartição do território não foi correcta e favoreceu descaradamente os judeus que sendo apenas 1/3 dos árabes ficaram com mais do dobro das terras.
Claro que este plano foi imediatamente aceite
pelos judeus, liderados então pelo carismático David Bem Gurion e logo a partir
daqui , ainda antes de ser declarada
a independência de Israel em 1948, ataques organizados contra judeus civis
montaram logo o cenário de guerra que prosseguiria após a independência pela
invasão de Israel por uma liga constituída pela Síria, Líbano, Jordânia, Iraque
e Egipto.
Depois desta guerra, que terminou em
1949 com a vitória dos israelitas e o alargamento do seu território que aumenta
ainda mais de quatro vezes na sequencia da Guerra dos Seis Dias em 1967.
Israel, a partir de então, passa também a controlar toda a cidade de Jerusalém.
Os ódios e os ressentimentos acumulados ao
longo de uma convivência de 125 anos permanentemente conflituosa e agora
geridos por movimentos religiosos fundamentalistas, caso do Hezbolah e do
próprio Hamas, que tendo ganho o poder em eleições democráticas, governa agora
a Palestina, fizeram recuar a solução ao ponto zero.
A convicção que nos fica é que com a
intervenção da Síria e do Irão no apoio e incentivo àqueles Movimentos, a
situação é hoje mais difícil e perigosa que alguma vez foi dado o
aproveitamento deste conflito para o integrar em algo mais vasto e que tem a
ver com o expansionismo dos regimes fundamentalistas islâmicos deixando todos
os decisores políticos mundiais para já, sem saber bem o que fazer.
Os Mísseis que começaram a cair de um
lado e outro vão continuar, provavelmente, cada vez mais longe, cada vez mais
potentes…até quando?
Populações que estavam condenadas a
entenderem-se para poderem viver, porque sem paz não se vive, no máximo
sobrevive-se, persistem, mais uma vez, num conflito do qual não vai sair a paz
como já não saiu das guerras anteriores não obstante a vitória dos exércitos
israelitas.
Parece, de resto, que essas vitórias que
expressam uma supremacia militar da parte de Israel que, de facto, existe,
têm-nos “impedido” de fazerem, oportunamente, as cedências
justas que há muito poderiam ter conduzido à paz.
Em definitivo, a força não é a razão e a
paz só é paz quando ambas as partes a entendem e a sentem como tal porque,
normalmente, a paz imposta pelas armas dura apenas o tempo necessário para que
tudo recomece novamente.
Assim tem sido entre israelitas e
palestinianos… até quando?
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