segunda-feira, junho 25, 2012


INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
 À ENTREVISTA Nº 54 SOBRE O TEMA:
 “O ABORTO MASCULINO?” (1)


A escolha entre a Vida e a Vida

Confrontar as pessoas com o dilema do aborto é dividi-las entre o Pro-Vida e o Pró-Aborto. O Pró-Vida diz que todo aborto é um crime. E o aborto é matar. E eles querem acreditar que existem grupos de mulheres, feministas, pertencentes à "cultura da morte" e, assim, promover a participação em massa, e até mesmo festiva, do aborto. Ao colocar o dilema entre a vida e a morte contribuem para culpar e intimidar as mulheres. Mas, qualquer mulher, com uma gravidez indesejada, de risco ou de resultado incerto, está sempre num dilema, que é entre a vida e a vida.

Que vida espera a quem está para nascer se nasce com uma doença congénita? E se os pais já têm muitos filhos e não podem dar-se ao luxo de lhe dar o básico? Que risco corre a vida de uma mulher grávida por ter uma doença crónica, ou problemas de saúde? Que risco emocional corre essa mulher com uma gravidez indesejada, não prevista indesejada, e o que significa esse risco emocional para o resto da sua vida? Que oportunidades de vida - estudo, trabalho, relacionamentos, se colocam a uma adolescente grávida? Que origem violenta e abusiva começou no ventre daquela menina? O que significará a origem violenta da gravidez forçada para o futuro dessa nova vida?

Deve morrer para "não matar" uma mulher com uma doença grave, que fica grávida e se vai curar com uma operação em que o feto fica perdido deixando órfãos outras crianças? É matar, não dar a vida a um feto que tem uma doença incurável, com o qual irá sobreviver dolorosamente toda a sua vida? Deve vir à vida para sofrer e fazer sofrer àqueles que cuidam dele? É matar, não dar a vida a um feto que tem uma malformação cerebral grave numa família pobre que não tem posses para o tratar ou numa família onde a criança é um fardo insuportável para os seus pais e irmãos? É matar, não dar a vida a um feto com uma doença incurável, temendo seus pais que essa doença condicione suas vidas para sempre?

É matar, não dar vida a quem foi fruto da violência e estupro, e é rejeitada desde o ventre? É matar, não dar vida a quem é o resultado do estupro de uma menina? Todas estas questões mostram que o dilema é entre a vida e a vida. E cada caso é diferente e exige uma reflexão diferente. E, em cada caso deve haver a liberdade para tomar decisões responsáveis ​​sobre a vida.

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