sábado, julho 07, 2012




INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
 À ENTREVISTA Nº 55 SOBRE O TEMA:
 “JESUS FEMINISTA” (4)

O sangue impuro menstrual

Como um eco desta crença religiosa e deste mandato bíblico, o sangue menstrual foi durante séculos considerados altamente nocivo. Na mais profunda ignorância científica, mandava-se evitar o contacto do marido e da mulher menstruada porque acreditavam que os filhos nascidos dessa relação seriam doente, leproso e até mesmo possuído pelo demónio. Dizia-se também que o contacto do sangue menstrual secava as flores, enegrecia o bronze e interrompia o crescimento dos frutos.

 No século XIII os teólogos cristãos advertiam que era pecado mortal ter sexo com uma mulher menstruada, porque desta relação nasciam crianças doentes ou possuídas pelo demónio.

Que uma mulher com o seu período, a sua "poluição regular," pudesse receber a comunhão durante a missa foi objecto de discussão teológica, durante a Idade Média. Pior ainda, o sangue da mulher durante o parto era visto como mais prejudicial do que o sangue da menstruação. E o Sínodo de Treves (ano 1227) estabeleceu que as mulheres após o parto deviam "reconciliar-se" com a igreja, uma ordem que combinava as leis judaicas de ritual de purificação (Maria, a mãe de Jesus cumpriu-as, ver Lucas 2.22 - 23) com a rejeição dos teólogos cristãos ao prazer implícito em todas as relações sexuais.

 Nesta época, e em muitos casos, a hierarquia religiosa considerava que as mulheres que morrem durante o parto não tinham sido "reconciliadas" e, por isso, não podiam ser enterradas em cemitérios cristãos.

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