quinta-feira, abril 11, 2013

É o que resta hoje, visto do espaço

O VULCÃO TOBA

O Grande teste à nossa sobrevivência

A sobrevivência da nossa espécie, como de qualquer outra, resulta de um processo permanente de mudança sem destino, sem hora marcada, nem tão pouco com futuro assegurado.

Umas vezes somos nós próprios que introduzimos esses factores de mudança provocando revoluções, outras, a mudança acontece por força de fenómenos geológicos, repentinos e inesperados, alguns com consequentes alterações climáticas que obrigam a grandes mudanças nas nossas vidas na tentativa de sobreviver adaptando-nos a elas.

Desses cataclismos naturais, contemporâneos da nossa espécie, o de mais graves consequências, aconteceu há 75.000 anos com a explosão do vulcão Toba, na Indonésia.

A dimensão e intensidade foram tão grandes que em consequência a temperatura do globo teria baixado até 12 graus originando uma nova era glaciar que se prolongou por mais de mil anos.

O exame do ADN mitocondrial, através da análise das mutações, parece comprovar que todos nós, os mais de 6 mil milhões de pessoas que hoje habitam o nosso planeta, descendem de um pequeno grupo de mil a dois mil sobreviventes desse enorme cataclismo.

Maior que essa revolução que nos colocou no limite mínimo do numero de indivíduos suficientes para assegurar a sobrevivência da espécie nunca terá acontecido.


Um super vulcão destes, situado por baixo do Parque Nacional de Yellowstone, nos EUA, estará em vésperas de explodir o que, em termos geológicos, significa a qualquer hora ou daqui a 10.000 anos.


Paradoxalmente, parece que foram essas novas condições resultantes da explosão do vulcão que não tendo exterminado a nossa espécie, acabaram por ser decisivas para a verdadeira eclosão do Homo Sapiens, Sapiens.

Realmente, é difícil explicar tão pouca diversidade de ADN, senão for através desse cataclismo que terá posto fim a todos os restantes ramos do Homo Sapiens que habitavam a terra permitindo apenas a sobrevivência desse pequeno grupo do qual todos nós hoje descendemos.

Há pesquisas que indicam que o número de mulheres teria chegado apenas a umas 500 e durante séculos qualquer uma dessas gerações poderia ter sido a última.


Calcula-se que terão sido necessários 20.000 anos para que a curva da recuperação trouxesse a população para os níveis anteriores.

A um passo da extinção não só conseguiram recuperar e também evoluir porque foram capazes de forjar as respostas para os problemas da escassez da vida vegetal e animal subsequente.

A erupção em si terá durado cerca de duas semanas e alguns dos nossos antepassados terão morrido logo como vítimas directas da erupção, mas a crise populacional detectada pelos geneticistas terá resultado da queda da temperatura em todo o planeta que terá atingido entre os 5 e os 12 graus conforme as fontes.

Muitas das plantas não conseguiram mais germinar, os animais morreram aos milhares espalhando pelo solo carcaças putrefactas.


Com a formação das geleiras o nível dos mares desceu deixando à mostra uma paisagem em que o solo podia ser varrido pelo vento.

Traços do cálcio do solo disperso podem ser hoje encontrados nas geleiras da Gronelândia demonstrando que deve ter havido tempestades de areia por dias a fio, matando as plantas e privando humanos e animais das fontes de alimento.
Famintos e desesperados teria sido muito difícil aos sobreviventes gerar filhos e ainda mais criá-los.

Assoladas pela fome as crianças teriam sido as primeiras a morrer seguidas pelas mulheres. Foi um duro golpe, o mais terrível, para a nossa espécie.

As populações que já teriam abandonado as zonas tropicais e subtropicais devem ter sido dizimadas pelo frio e nas latitudes mais altas os Neandertais, embora biologicamente mais adaptados, aparentemente declinaram em número e abandonaram o norte da Europa.

O Homo Sapiens sobreviveu porque existiam então no mundo três áreas tropicais de grande índice pluviométrico cujo solo conseguia sustentar maior número de pessoas e essas áreas estavam todas em África onde existem evidências de expansão humana depois do cataclismo com ferramentas e gravuras de há 70.000 anos que atestam focos de desenvolvimento anteriores a qualquer outro lugar.

Assim, de uma coisa parece podermos estar certos, devemos a nossa existência a essas populações que por sorte e engenho conseguiram sobreviver ao desastre ecológico.

Esse super vulcão está hoje escondido debaixo do lago Toba, a norte de Sumatra e pode ser visto do espaço. Milhares de anos de chuva encheram de água a cratera do vulcão transformando-a num lago.

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