quarta-feira, junho 19, 2013

Antigo terminal do aeroporto de Entebbe

OPERAÇÃO 

ENTEBBE


As Exigências

(continuação)


Na terça-feira, dia 29 de Junho, uma mensagem vinda de Paris, que primeiramente foi divulgada pela rádio de Uganda, revela os objectivos dos sequestradores: a libertação até às 14 horas do dia 1 de Julho de 53 terroristas – 13 detidos em prisões da FrançaAlemanha OcidentalSuíça e Quénia, e 40 em Israel. Caso suas reivindicações não fossem atendidas explodiriam o avião com todos os passageiros.
Israel, a nação mais afectada, havia sempre deixado claro que nunca negociaria com o terrorismo e que estava preparado para derramar o sangue de seus cidadãos a fim de cumprir os seus princípios. Em Maio de 1974, por exemplo, terroristas tinham sequestrado os alunos de uma escola de Maalot, na Galiléia; as Forças de Defesa de Israel (FDI) invadiram o edifício e fuzilaram os pistoleiros, mas à custa de 22 crianças mortas.
 Em Entebbe, entretanto, parecia impossível que Israel reagisse, pois apenas 105 reféns eram judeus - e o governo israelita seria criticado pela opinião pública mundial se pusesse em risco a vida dos outros.
Na quarta-feira, 30 de Junho, França e Alemanha afirmam que não soltariam os terroristas, posição que se supunha seria a mesma de Israel. A França, no entanto, revela uma certa flexibilidade ao anunciar que seguiria a posição do governo israelita que, até então, mantinha-se em compasso de espera, aguardando o desenrolar dos acontecimentos.

A Posição de Idi Amin

As dúvidas que pairavam sobre as autoridades israelitas eram duas: Uganda seria o destino final dos sequestradores ou apenas uma escala para abastecimento? E como estaria reagindo o governo de Idi Amin Dadaditador de Uganda, diante dos acontecimentos – seriam anfitriões hostis ou parceiros ao sequestro?
Afinal, desde 1972, as relações entre Israel e Uganda haviam se deteriorado muito, pois o governo israelita tinha recusado fornecer aviões a jacto F-4 Phantom II ao país, sabendo que Uganda pretendia usá-los para bombardear os vizinhos Quénia e Tanzânia. Na ocasião, Idi Amin expulsou todos os israelitas do país.
Oficialmente, o governo de Uganda adoptou uma atitude neutra em relação aos sequestradores, mas na realidade eles eram bem-vindos. Líderes palestinos encontravam-se no aeroporto para receber o avião, bem como unidades do Exército de Uganda
Era evidente a colaboração de Idi Amin com os guerrilheiros, pois, soube-se, depois, que outros integrantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina foram transportados de Mogadíscio, na Somália, para o terminal em Uganda onde estavam os sequestradores e seus reféns, no jacto particular do ditador . As dúvidas estavam, portanto, dissipadas. Caberia, agora, Israel elaborar um plano de resgate que pudesse levar à solução do impasse num exíguo prazo.
(continua)

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