quarta-feira, junho 26, 2013

DIVINA TRINDADE
(continuação – Parte III)

Richard Dawkins


Como é que gregos, romanos e vikings lidavam com estes enigmas politeológicos? Seria Vénus apenas mais um nome para Afrodite, ou seriam elas duas deusas do amor distintas?

Seriam Thor e o seu martelo uma manifestação de Wotan, ou um deus distinto? O que importa isso? A vida é demasiado curta para nos importarmos com distinções entre diferentes ficções da nossa imaginação.

Uma vez abordado o politeísmo, que mencionei para me precaver de eventuais acusações de omissão, não vou falar mais no assunto.

Para ser mais breve, referir-me-ei a todas as divindades, sejam elas politeístas ou monoteístas, simplesmente como «Deus».

Eu censuro o sobrenaturalismo em todas as suas formas, e o modo mais eficaz de prosseguir será concentrando-me na forma que muito provavelmente é a mais familiar para o meu leitor – aquela que invade ameaçadoramente todas as nossas sociedades.

A maioria dos meus leitores terá sido educada numa das três “grandes” religiões monoteístas dos nossos dias, todas elas com origem no mitológico patriarca Abraão pelo que é conveniente nunca esquecer esta afinidade de tradições.

Alguma crítica dirá: “O Deus em que Richard Dawkins não acredita é um Deus em que também eu não acredito: um velho de barbas brancas que está no céu.”

Esta é uma ideia de diversão para desviar atenções. Sei que o leitor não acredita num velho barbudo sentado numa nuvem, pelo que não percamos tempo com isso.

Não vou atacar nenhuma versão concreta de Deus ou de deuses. Vou atacar Deus, todos os deuses, tudo o que seja sobrenatural, onde e sempre que tenha sido ou venha a ser inventado.
(continua no Monoteísmo)

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