quinta-feira, outubro 31, 2013

JOSÉ VIANA - O CACILHEIRO


A travessia do Tejo é quase tão antiga como o próprio rio. Assim dito parece um exagero mas, de facto, perde-se na memória do tempo a origem do transporte de pessoas e bens por via fluvial entre as margens do Tejo. Os primeiros registos de que há notícia reportam um encontro entre as autoridades de Almada e Lisboa, em 1284, Séc. XIII, para "discussão dos preços da travessia do Tejo a cobrar a homens, bestas e cestos", mas isto é história... Eu próprio, ainda nos anos 40, atravessava o rio no cacilheiro que transportava automóveis, os poucos que haviam nessa época, no Vauxal que o meu pai comprou logo a seguir à guerra, para visitar a minha avó materna que era de Paio Pires, na "outra banda", conhecida no lugar pela T'i Júlia da "Quarela". Estávamos ainda muito longe da Ponte Salazar rebaptizada, mais tarde, para Ponte 25 de Abril. 

José Viana foi um artista completo: cantor, actor, pintor, encenador e músico. Nasceu em Lisboa em 1922 e faleceu em 2003 com 81 anos. Nas andanças da Revista conheceu a artista brasileira Juju Batista, que lhe deu uma filha, a Maria, mas é Dora Leal, com quem também contracena, que se torna sua companheira para o resto da vida e lhe dá mais duas filhas: outra Maria e uma Madalena.

 O fado Zé Cacilheiro, de César de Oliveira, Paulo Fonseca/Carlos Dias, surge em 1966, na revista "Zero, Zero, Zero - Ordem para Matar" e marca em definitivo o estilo próprio do artista.



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