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A conversa normal é muitas
vezes acompanhada pelo riso que o falante usa para sublinhar uma observação e o
ouvinte para indicar apreço.
Este tipo de riso está bem
integrado na conversa ao contrário do mais “genuíno” do riso Duchenne, que pode
levar até uma paragem da conversa por falta de fôlego ou dificuldade de
respiração. Além de lubrificar a conversa normal, o riso não Duchenne é usado
para distender situações tensas (riso nervoso), para fazer os outros sentirem-se
pouco à vontade (riso malévolo) e para outros fins estratégicos.
Os estudos neuro-biológicos
mostram que o riso Duchenne activa antigas zonas do cérebro que têm a ver com as
brincadeiras e com as emoções positivas em todos os primatas e, na realidade,
na maioria dos mamíferos.
Só o riso não Duchenne
activa zonas do cérebro associadas com as nossas capacidades cognitivas
avançadas. Estes factos sugerem que o riso Duchenne se desenvolveu numa fase
muito precoce da evolução dos hominídeos, antes de termos capacidades
cognitivas avançadas.
Já presente no reportório
comportamental pré-humano, o riso Duchenne pôde ser integrado ser integrado com
funções cognitivas mais elevadas como a linguagem e o pensamento simbólico à
medida que estes evoluíam, dando origem às muitas funções do riso não Duchenne.
Em termos simples podemos
dizer que, antes de falarem ou até de pensarem em termos humanos, os nossos
antepassados provavelmente já se riam.
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