Sorriso de Chimpanzé |
A Primeira
Gargalhada
(continuação 1)
O riso é facilmente reconhecível, apesar das variações individuais e culturais. Rir é contagiante. O simples som dá-nos vontade de rir. Finalmente, rir é agradável. Põe-nos de bom humor e faz-nos agir de uma forma diferente.
Se alguma coisa se pode considerar uma capacidade geneticamente
nata que exige uma explicação evolutiva é o riso.
Há dois mil anos que o riso é estudado e observado, por Aristóteles
e Darwin, entre outros. Nos bebés, o riso pode ser provocado por cócegas e
jogos de palavras e nos adultos por anedotas.
Ele irrompe espontaneamente mas também é usado de forma
estratégica. Pode ser usado para invocar bons sentimentos ou como um
instrumento de agressão.
Terão fenómenos tão diversos uma explicação única?
Com a Primatologia aprendemos que os nossos parentes símios se
envolvem em jogos de cócegas e perseguições acompanhados por uma expressão
facial e um som ofegante muito semelhante ao riso humano.
As maravilhosas fotografias de primatas apresentadas por Frans de
Wall no seu livro My Family Album incluem uma de um bonobo adulto a fazer
cócegas no estômago de um macho adolescente, cuja boca está muito aberta numa
grande gargalhada, inconfundível para o observador humano.
Assim, o riso humano tem um precursor nos símios que ocorre durante
as interacções de pares que brincam o que contrasta com a linguagem humana, que
não tem precursores óbvios nos macacos.
Há dois tipos de riso diferente:
- O Riso Duchenne que é uma
reacção espontânea e carregada de emoção às brincadeiras nas crianças e às
situações que despertam humor nos adultos, como as anedotas, os trocadilhos e
as peripécias de uma comédia, que partilham todas as características da
incongruência e do inesperado num ambiente social seguro.
- O Riso Não Duchenne é mais
estratégico, menos espontâneo, e nem sequer precisa de ser acompanhado pelo
humor.
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