segunda-feira, novembro 11, 2013

Agora pode ficar com ela....
JUBIABÁ

Episódio Nº 159






Mas ele não gostava de mulher arranjada com feitiço. E pouco se importava que Rosenda fosse embora. O que não admitia era um desrespeito daqueles.

Então ele a trazia e ela ia dançar com outro sem lhe dar satisfações. Queria bobear o negro. As negras se rebolam no ritmo da marcha.

Um preto velho conta uma história no outro lado. O homem que quer brigar interrompe com apartes. Um cheiro de suor se espalha.

Um sujeito quer convencer uma mulata a sair com ele. Naturalmente o chofer está pedindo a mesma coisa a Rosenda. Ela ri. Balduíno se levanta.

O dinheiro fora para a mulher de Clarimundo. Chega junto do chofer, puxa o braço de Rosenda:

 - Venha dançar comigo…

O chofer se ofende:

 - Esta dama está comigo.

 - Quem trouxe ela fui eu. Esse vestido fui eu quem deu. Ela queria um colar mas eu dei o dinheiro para a mulher de Clarimundo que o guindaste matou.

Puxa Rosenda que fica indecisa com medo. Ela bem sabe que o negro António Balduíno gosta de brigar. Mas o chofer é que não está disposto a ceder a dama.

A música acaba e eles ficam no meio da sala discutindo. Seu Juvêncio vem dizer que não é permitido ficar no meio da sala parado. O chofer se amola:

 - Vá embora…

Joaquim se aproxima:

- O que é que há?

Rosenda pega no braço de Joaquim:

 - Baldo quer brigar só porque eu estava dançando com este rapaz. Não deixe não seu Joaquim.

Agora quase todos estão olhando para eles. O homem bêbedo que queria brigar põe os préstimos à disposição de António Balduíno:

 - Precisa de mim, patrício?

Seu Juvêncio diz que é uma besteira e pede música ao maestro. Vem um fox. António Balduíno pega Rosenda.

O chofer diz:

 - A gente se encontra.

Rosenda fica dengosa. Agora que Balduíno a conquistou de outro, novamente ela fica terna e se aperta nos seus braços.

O negro pensa que se ela estivesse com o colar vermelho no pescoço ficaria mais bonita. O homem que queria brigar conseguiu formar um barulho ao fundo.

O chofer está na porta espiando. Desapartaram o barulho. A dança continua. Seu Juvêncio bate palmas na sala.

Este fox parece música de defunto de tão triste que é. Clarimundo morreu e não verá mais balões de São João.

Quando acabam de dançar António Balduíno se aproxima do chofer.

 - Olhe, eu só queria era lhe mostrar que você não tomava mulher minha. Agora pode ficar com ela, que eu não quero esse couro nem para me tocar bronha.

O criouléu se despedaça na dança. E o negro termina a noite regendo o “Jazz dos 7 Canários”.

O maestro ficou bêbedo de cair. O chofer desapareceu com Rosenda. O criouléu cheira a suor, os negros riem, se despedaçam no maxixe.

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