sexta-feira, novembro 15, 2013


O Jackpot do Euro-Milhões...


é a própria vida.






Não jogo, falta-me a fé. Mas reconheço que a tentação do euro- milhões é enorme porque aquelas importâncias acumuladas em vários Jackpotes atingem dimensões verdadeiramente “pornográficas” e esse é o grande factor aliciante, de tal forma que até  já existe um limite a partir do qual o prémio é redistribuído pelos apostadores que ficam em 2º lugar.


A oportunidade de uma determinada pessoa ser bafejada por um jackpot é inferior à de ser atingido por um meteorito mas, se essa pessoa fosse suficientemente determinada para tentar todas as semanas e vivesse 400 milhões de anos, de certo que lhe sairia o prémio. Logo, não é a sorte que é pouca… a vida é que é curta.

Mas, porque desesperamos que nos saia o Jacpot quando, na verdade ele já saíu a cada um de nós?

 - É que eu próprio, e os meus amigos que seguem o Memórias Futuras em Portugal, Brasil, E.U.A., Rússia, Canadá, Alemanha, Polónia, Suiça, R. Unido, Colômbia, México e Espanha e, eventualmente, em  outros pontos do mundo , todos nós, somos um caso evidente de Jackpot e esse já ninguém nos tira, ganhámo-lo no momento do nosso nascimento.


Ora vejamos:


 - Cada um dos nossos pais produziu por dia, no período fértil das suas vidas, entre 300 a 500 milhões de espermatozóides, repito, por dia, e qualquer um deles, combinado com um óvulo de entre os cerca de 250 pertencentes às nossas mães, também ao longo da vida fértil, era um potencial descendente, um irmão nosso.


Repare-se bem, muitos milhares de milhões de uma pequena célula, cada uma diferente de todas as outras, que eram pertença dos nossos pais, escolhida num processo competitivo, (espécie de corrida de 100 metros) até ao local da fecundação com um dos muitos óvulos das nossas mães que estava disponível nesse dia, determinou o nascimento de cada pessoa numa probabilidade que desafia quase o infinito.

Richard Dawkins, grande especialista do genoma humano - (Premio Nobel em 1973 pelos seus estudos em Etologia e um dos maiores intelectuais do nosso tempo) - afirmou que as pessoas potencialmente permitidas pelo nosso ADN que poderiam estar aqui no nosso lugar mas que na verdade nunca verão a luz do dia, excedem em número os grãos de areia do deserto do Sara… pensem bem, os grãos de areia do deserto!

E não é que cada um de nós tem a sensação que é o filho óbvio dos seus pais? Não é isso que sente qualquer  um?

Agora que penso nisto quase que estremeço ao imaginar a multidão a perder de vista de irmãos meus que ficaram por nascer e me “deram” o seu lugar para que eu possa estar aqui a contactar convosco e, por sua vez, cada um de vós, aí, nesse lugar, a ler o Memórias Futuras em vez de multidões de irmãos vossos.

E, no entanto, as pessoas “choram-se” porque quando jogam nunca lhes sai nada e pensam, pensamos todos, que ter sorte é acertar na “chave” do Euromilhões quando, como já devem ter percebido, sorte é ter nascido, para o bem e para o mal...


 Que atentado! 


Não há crença ou religião que não aponte para outras vidas numa estratégia óbvia de condicionar e influenciar as pessoas pelo medo ou por prémio, a adoptarem determinados comportamentos e atitudes, normalmente de disciplina e submissão, embora tudo à nossa volta nos mostre à evidencia que após a morte a vida continua, é certo, mas através de novos personagens que não os anteriores recauchutados.

A vida é um bem precioso, e é precioso porque é raro, embora os sete mil milhões de semelhantes nossos que habitam o planeta nos possam dar uma ideia contrária, mas o que é este número comparado com o dos grãos de areia do deserto do Sara?

Vamos morrer e por isso somos nós os bafejados pela sorte. A maior parte das pessoas nunca vai morrer porque nunca vai chegar a nascer.

É muito importante pensar a vida, a nossa vida, como aquela oportunidade que nos surgiu de entre muitos milhões de oportunidades que podiam ter acontecido a outros que não a nós.

Se assim conseguirmos pensar, até porque é essa a realidade, olhar-nos-emos e aos nossos companheiros de “viagem” com outros olhos, com mais atenção e mais sentido de responsabilidade.

No fundo, todos buscamos a felicidade que é aquela “coisa” que definimos para nós próprios nem sempre facilmente.

Sabemos, acima de tudo, que queremos ser felizes mas não sabemos bem “como” nem “com quem” e quando o julgamos saber muitas são as vezes em que concluímos que estávamos enganados.

Nascemos condicionados pelos nossos genes e pelo contexto cultural e social em que vivemos e por muito que nos emancipemos através de uma formação científica sólida e diversificada, é na gestão que fazemos daqueles dois grandes factores que as nossas vidas têm que se resolver.


Em última análise, são aspectos emotivos da nossa própria natureza que irão determinar o sucesso das nossas vidas em termos de felicidade e por isso a necessidade de apelar à inteligência para orientarmos a nossa sensibilidade, os nossos afectos.

Só somos seres superiores porque temos a capacidade de sermos bons de uma forma inteligente: nem “máquinas pensantes”nem “donzelas de lágrima ao canto do olho”.

A razão e o sentimento têm que “casar-se” sem que para isso haja alguma fórmula mágica a não ser, talvez, a que se esconde algures dentro de cada um de nós…

Temos uma dívida para com o meio que nos cerca pois não só o planeta em que vivemos é propício e “amigável” como o próprio Universo também o é.

Segundo os cálculos dos físicos, pequeninas alterações que fossem nas leis e nas constantes da Física e o Universo ter-se-ia desenvolvido de tal modo que a vida teria sido impossível.

Mas a nossa responsabilidade não é perante o Universo que se organizou de forma a permitir a vida, nomeadamente a nossa, pois somos demasiado pequenos e insignificantes para assumirmos responsabilidades perante o Universo.

A nossa responsabilidade é perante nós próprios, na qualidade de única espécie verdadeiramente inteligente que ao longo de um processo evolutivo de muitos milhões de anos, e com muitos sobressaltos pelo caminho, se conseguiu impor.

Despoletamos forças poderosas, estamos em vésperas de construir estações orbitais com condições para lá podermos viver, transformamos o nosso mundo numa aldeia global, mas continuamos com imensas dificuldades em resolver situações de simples vizinhança e convivência em que alguns conflitos religiosos continuam a ser os de mais difícil resolução.

…Sempre, sempre os deuses a dificultarem a vida dos homens!!!

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