A Península nos tempos do Imperador Adriano 117-138 |
Era assim a Península
Ibérica no tempo dos Romanos
Quando os Romanos decidiram ocupar com os seus exércitos a
península ibérica, duzentos e tal anos A.C. e instalar a Pax Romana de Augusto
sob o comando do Cônsul Cipião, fê-lo no contexto da 2ª Guerra Púnica, com o
objectivo de atacar pela retaguarda os interesses que Cartago, seu verdadeiro
inimigo, tinha nesta região.
De facto, a influência cartaginesa na península ibérica, permitia-lhe um
expressivo reforço, tanto de suprimentos quanto de homens. A estratégia do Senado Romano visava, assim, enfraquecer as forças
cartaginesas, afastando os seus exércitos da península ibérica.
Apesar de derrotarem os
cartagineses, no entanto, os romanos não garantiram a ocupação pacífica da
península.
A partir de 194 A.C., registaram-se choques com
tribos de nativos, denominados genericamente por
Lusitanos, conflitos que se estenderam até 138 A.C. e que alguns autores
denominaram “Guerra Lusitana”. A disputa foi mais acesa pelos territórios mais
prósperos, especialmente na região da actual Andaluzia.
As legiões ocuparam a
região norte peninsular, mais inóspita, ocupada e iniciou-se a Pax Romana de Augusto.
Com esta ocupação,
asseguravam-se as fronteiras e pacificava-se a região, de modo a que não
constituísse ameaça para as populações do vale do Rio Ebro, o mais importante de Espanha que desagua no
Mediterrâneo e era fundamental para o processo de romanização
A partir de então, iniciou-se a
administração romana da península, inicialmente com o carácter de ocupação militar,
com o fim de manter a ordem e permitir a exploração dos recursos naturais das
regiões ocupadas, que foram integradas no território controlado pelo Império
Romano.
Assim, a porção ocupada ficava
desde já dividida em duas províncias: a Citerior, a Norte, e Ulterior, a Sul, com capital em Córdova.
A Administração ficava a cargo de dois Pretores, bianuais, que nem sempre se
cumpria.
Nesse contexto,
destaca-se um grupo de Lusitanos liderados por Viriato, eleito por aclamação. Esse grupo
infligiu duras derrotas às tropas romanas na região da periferia de Andaluz, tornando Viriato um mito da
resistência peninsular.
Em 150 a .C., o Pretor Sérvio Galba aceitou um acordo de paz com a
condição de entregarem as armas, aproveitando-se depois para os chacinar. Isto fez lavrar ainda mais a revolta e durante oito anos os romanos sofreram pesadas
baixas, culminando no assassínio de Viriato por três traidores comprados pelo
ouro romano.
Mas a
luta não parou e Roma enviou à península o cônsul Décimo Júnio
Bruto Galaico, que pactuou e fortificou Olisipo, (Lisboa), estabeleceu a base de
operações em Móron,
próximo de Santarém, e marchou
para o Norte, matando e destruindo tudo o que encontrou até à margem do rio Lima.
Mas nem assim Roma
conseguiu a submissão total e o domínio do norte da Lusitânia só foi conseguido
com a tomada e destruição de Numância, nas margens do Rio Douro, que
apoiava os castros de noroeste.
Fundada no início do Século III A.C. e habitada pelos aravecos,
um povo Celtibero,
foi destruída pelas tropas romanas de Cipião Emiliano em 133 A. C. após um cerco de onze meses que pôs fim a uma feroz
resistência de vinte anos aos invasores.
Emiliano, para quebrar a tenaz resistência de Numância,
utilizou uma técnica de cruel paciência, construindo um cerco amuralhado em
torno da colina de Numância, levando os seus habitantes à inanição e ao desespero.
Ao fim de onze meses, os numantinos decidiram pôr cobro à sua vida
suicidando-se em massa.
Conta-se que, ao entrar na cidade, Cipião encontrou corpos
de mães segurando os corpos de seus filhos mastigados, supondo-se que durante o
cerco certa parte da população recorreu ao canibalismo.
A povoação tornou-se então um símbolo da luta contra os
romanos e hoje em dia é um monumento nacional espanhol.
Em 60 a .C.,
Júlio César dá o golpe de misericórdia aos lusitanos quando é pacificada toda a
região entre o Tejo e o Douro.
Nascem cidades criadas pelos romanos e expandem-se outras
que já existiam. À sua volta instalam-se as populações para os servirem,
inicialmente em regime colonial, mais tarde como cidadãos romanos, como
aconteceu no resto das cidades da península ibérica.
Muitos das cidades são de origem pré-romana, tratando-se de
povoações fundadas antes da romanização, como por exemplo, Conímbriga, cujo
sufixo "briga" é de origem celta ou Olisipo, Lisboa, em que
"ipo" será de origem fenícia ou ibérica.
Como curiosidade, reparem no nome que os Romanos deram então a várias cidades
do nosso país:
-Braga – Brácara Augusta
- Coimbra – Aeminium
- Chaves – Aquae Flaviae
- Aveiro – Alavarium
- Setúbal – Caetobriga
- Évora – Ebora,
Ebora Cerealis, Liberalitas Júlia
- Leiria – Colipo
- Elvas – Dipo
- Barreiro, Coina –
Aquabona
- Lisboa – Olissipo Felicitas
Iulia
- Santarém – Scalabis
- Viseu – Verurium
- Portimão – Portus Hannibalis
(nome associado ao general Aníbal Barca que atravessou os Alpes e os Pirineus
com um exército que incluía elefantes de guerra.
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