sexta-feira, janeiro 31, 2014

Douglas Adams
A Conversão ao Ateísmo

de Douglas Adams


Richard Dawkins fala do "comovente e divertido relato que Douglas Adams faz da sua própria conversão ao ateísmo radical – ele insistia no “radical” para o caso de alguém o confundir com um agnóstico – é uma prova do poder do Darwinismo enquanto despertador das consciências.
Espero ser perdoado por me permitir alongar tanto na citação que se segue. A minha desculpa é que a conversão Douglas pelas minhas obras anteriores, que não pretendiam converter ninguém, me inspirou a dedicar à sua memória este livro.
Numa entrevista reeditada postumamente, um jornalista perguntou-lhe como se tinha tornado ateu.
Douglas iniciou a resposta explicando como se fizera agnóstico, logo acrescentando":

 - «Eu pensei, pensei. Mas não tinha muito por onde avançar, por isso não cheguei a nenhuma decisão.
Tinha imensas dúvidas em relação à ideia de deus mas não sabia o suficiente sobre o que quer que fosse para o substituir por um bom modelo de uma eventual explicação para, sei lá, a vida, o universo e tudo o que há.
Mas eu insisti e continuei a ler e continuei a pensar. A certa altura, estava eu a entrar na casa dos 30 quando tive um encontro com a biologia evolutiva, particularmente sob as formas dos livros de Richard Dawkins, o Gene Egoísta e, a seguir, o Relojoeiro Cego.
De repente, (creio que ao ler o Gene Egoísta pela segunda vez) todas as peças se encaixaram. Era um conceito de uma simplicidade assombrosa, mas que deu origem, naturalmente, a toda a infinita e desconcertante complexidade que a vida contem.
O espanto que inspirou em mim fazia parecer com que o espanto de que as pessoas falam relativamente à experiência religiosa me parecesse francamente pateta quando postos ambos lado a lado.
Eu colocaria o espanto da compreensão acima do espanto da ignorância, não tenho dúvidas sobre isso.»

E Richard Dawkins continua:

"É evidente que o conceito de simplicidade assombrosa de Adams aqui fala nada tinha a ver comigo. Ele falava era de Darwin e da sua teoria da evolução por selecção natural – o grande despertador de consciências científico.
Douglas, tenho saudades tuas. És o meu convertido mais inteligente, o mais alto e possivelmente também o único. Espero que este livro te consiga fazer rir – embora não tanto como tu a mim".
Richard Dawkins – “A Desilusão de Deus”

Douglas Adams, famoso comediante britânico, falecido em 2001 com 49 anos ficou famoso por ter escrito os textos para a série televisiva Monty Python's tendo sido, igualmente, um activista ambiental.
As suas piadas são do mais profundo e arrojado humor que já me foi dado conhecer. Felizmente, com  a sua divulgação através da televisão, passaram para o domínio público.  

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