"Caro Sr. primeiro-ministro, O conjunto de medidas que me enviou para
apreciação parece-me extraordinário.
Confiscar as pensões dos idosos é muito
inteligente.
Em 2015, ano das próximas eleições legislativas, muitos velhotes já não estarão cá para
votar. Tem-se observado que uma coisa que os idosos fazem muito é falecer. É uma
espécie de passatempo, competindo em popularidade com o
dominó.
E,que se lhe cortarmos na pensão, essa tendência
agrava-se bastante. Ora, gente defunta não penaliza o governo nas
urnas.
Essa tem sido uma vantagem da democracia bastante
descurada por vários governos, mas não pelo seu.
Por outro lado, mesmo que cheguem vivos às eleições,
há uma probabilidade forte de os velhotes não se lembrarem de quem lhes cortou o
dinheiro da reforma.
O grande problema das sociedades modernas são os
velhos. Trabalham pouco e gastam demais.
Entregam-se a um consumo desenfreado, sobretudo no
que toca a drogas. São compradas na farmácia, mas não deixam de ser
drogas.
A culpa é da medicina, que lhes prolonga a vida
muito para além da data da reforma. Chegam a passar dois ou três anos repimpados
a desfrutar das suas pensões.
A esperança de vida destrói a nossa esperança numa
boa vida, uma vez que o dinheiro gasto em pensões poderia estar a ser aplicado
onde realmente interessa, como os swaps, as PPP e o BPN.
Se me permite, gostaria de acrescentar algumas ideias
para ajudar a minimizar o efeito negativo dos velhos na sociedade
portuguesa:
1.
Aumento da idade de reforma para os 85 anos. Os contestatários do costume dirão
que se trata de uma barbaridade, e que acrescentar 20 anos à idade da reforma é
muito.
Perguntem
aos próprios velhos. Estão sempre a queixar-se de que a vida passa a correr e
que 20 anos não são nada.
É
verdade: 20 anos não são nada. Respeitemos a opinião dos idosos, pois é
neles que está a sabedoria.
2.
Exportação dos velhos. O velho português é típico e pitoresco. Bem promovido,
pode ter aceitação lá fora, quer para fazer pequenos trabalhos, quer apenas para
enfeitar um alpendre, um jardim.
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