domingo, junho 15, 2014

Largo do Seminário
HOJE É DOMINGO


(Na Minha cidade de Santarém em 15 de Junho de 2014)










Todos temos visto através de reportagens nos noticiários da televisão nestes últimos meses, uns militares bem equipados e armados de face tapada por gorros que apareceram primeiro na Crimeia e agora, mais recentemente, em cidades do Leste da Ucrânia e que todos pensávamos ser soldados do exército da Federação Russa actuando de forma anónima para não comprometer o Sr. Putin que, entretanto, declarava: “os militares russos não estão presentes na Ucrânia”.

Como não se sabia ao certo quem eram eles chamavam-lhes “os homenzinhos verdes” alcunha que lhes foi atribuída porque, realmente, era esse o seu aspecto.

Afinal, Putin, desta vez está inocente e fala verdade. Ele pode estar detrás a apoiar mas os homenzinhos verdes não são militares russos.

Lembram-se do Sr. Ianukovitch, Victor Ianukovitch, Presidente da Ucrânia que vivia num palácio e que fugiu para a Rússia?
 - Com a sua destituição os ucranianos tiveram, pela primeira vez, a oportunidade de ver de perto a sumptuosidade da residência presidencial, nos arredores de Kiev.
A casa encerra desde torneiras e canalizações douradas, uma garrafa de de colecção de brandi arménio com a imagem de Ianukovitch no rótulo e várias obras de arte…
A propriedade era composta, ainda por largos jardins, campo de golfe, bosques e lagos. Há mais de uma década que a herdade estava oculta dos olhares do comum dos ucranianos.
Ora bem, os tais “homenzinhos verdes” são, afinal, profissionais da guerra recrutados e financiados pelo filho do Sr. Ianukovitch, Oleksandr, e por outros membros do seu círculo próximo.

Eles perderam a Ucrânia mas sonham voltar a qualquer preço.

Os efectivos deste exército são essencialmente antigos membros do GRU (Serviços Secretos Militares Russos) e da FSB (Forças Especiais) com experiência na guerra da Tchetchénia, na Geórgia e noutros pontos quentes e a profissão deles é fazerem a guerra, em quaisquer condições por salários que vão desde 500 dólares por dia no mínimo.

No ataque aos edifícios oficiais eram eles que formavam o núcleo duro deslocando-se continuamente de um lugar para outro com a ajuda do mundo do crime que intervem a troco de uma remuneração decidida em reuniões prévias com os responsáveis por essas operações.

Podemos assim falar de “ocupação criminosa da Ucrânia” que tem ainda uma outra componente indispensável para estes ataques: o proletariado empobrecido pelas dívidas e pelo desemprego, os reformados a quem é prometido para breve um nível de pensões mais elevado comparável ao que prevalece na Rússia.

Este é um problema de banditismo, ou melhor, liderado por bandidos, poderosos, que exploram uma sociedade de condições sociais e económicas que que lhes são favoráveis e que politicamente estão divididas.

A Ucrânia precisa de ajuda da Europa, a manutenção das fronteiras é fundamental e quaisquer economias feitas agora nessa ajuda pode sair muito cara mais tarde, não esquecendo que os bandidos têm fortes apoios e ajudas do outro lado da fronteira.

A fonte desta informação é o Ukrainska Pravda, de Kiev, jornal fundado em 2000 por Georgiy Gongadze que é também o seu primeiro editor. 

Site Meter