Imagens da guerra na faixa de Gaza |
O espectáculo televisivo
das consequências de
uma Guerra
À hora dos noticiários estão a ser-nos
servidas imagens, recorrentes, é bem verdade, da guerra entre israelitas e
palestinianos mas, ao certo, o que nos é mostrado são crianças feridas ou
mortas, cenas de pais com filhos nos braços correndo e gritando a sua dor e revolta
para que todo o mundo partilhe com eles essa aflição.
Há rostos de crianças mostradas em
grande plano que parecem revelar resignação, alheamento, como se aquele tivesse
sido o papel que a contragosto lhes foi atribuído naquele filme de horror.
O que significa para Israel, comparado
com um rocket dos palestinianos, a expressão daquelas crianças?
-
Aos olhos do mundo, aqueles olhares, muitos deles inexpressivos, valem por
todos os roketes que o Hamas e a Fatah possam enviar para Israel com a
agravante de que não vemos israelitas correndo desesperados com os seus filhos
nos braços.
Dir-se-á que o povo de Israel protege as
suas crianças através de um sofisticado sistema anti-míssil e fugindo com elas
para dentro de túneis quando tocam as sirenes, enquanto as autoridades ou as
forças de guerrilha na Palestina, o Hamas e a Fatah, não protegem as suas
crianças... porque não querem ou porque não podem.
De um lado, uma pobre sociedade civil
encurralada num espaço exíguo, uma prisão ao ar livre, sem condições de vida,
humilhada de há muito por um tratamento desigual, liderada por forças de
guerrilha que desprezam a vida e cujas armas, na realidade, não são os rokets
mas as suas crianças.
Do outro lado, Israel, a única democracia que
existe para aqueles sítios onde o poder islâmico, fundamentalista, ameaça para
a liberdade e respeito dos direitos humanos na europa e no mundo, em
crescendo depois das “primaveras árabes” e da guerra no Iraque, levada a cabo
pelos americanos, não consegue sequer ver reconhecida pelos povos vizinhos o
seu direito à existência como país de tal forma que nem o referem pelo nome.
Impossível ser "juiz" numa questão destas que nasceu
logo com a criação do Estado de Israel em 1948, sob o signo do desacordo e
ódio, e como reparação dos crimes praticados sobre os judeus durante a Guerra de 1939/45,
parece, em definitivo não ter sido uma boa ideia...
No entanto, aqui lo
que à partida tinha tudo para dar mau resultado, ultrapassou as piores
expectativas e a história desse relacionamento é tão lamentável que qualquer
solução pacífica e com futuro parece não ser possível.
De visível e chocante fica-nos o olhar
das crianças palestinianas, os grandes heróis e grandes vítimas desta guerra, em
imagens que vão ficando gravadas na memória de todo o mundo difundidas pela televisão.
Israel tem 90% de apoio da sua população
para levar mais esta invasão até ao fim, presume-se, terminar com os rokets
que, no entanto, não param de ser lançados, com túneis ou sem túneis, o que, em teoria,
poderia conduzir ao extermínio da população palestiniana da faixa de Gaza...
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