PS dos Simpatizantes
Pela primeira vez está criada no partido
Socialista uma realidade que já existia mas não se expressava, não tinha tradução
prática na vida interna do partido.
Claro que sempre houve simpatizantes,
pessoas que regularmente votavam PS nas eleições e por aí se ficavam.
Desta vez, António José Seguro, para
adiar o mais possível a sua confrontação
com António Costa montou as eleições primárias chamando a participar na escolha
todas as pessoas que o desejem e se limitem a declarar que são simpatizantes do
Partido Socialista.
Terá sido uma estratégia de luta cujos
resultados se aguardam para o dia 28 de Setembro, definida por Seguro e que desagradou
a Costa que nada pôde fazer pois o líder, já receoso do que poderia acontecer, bloqueou os Estatutos do Partido impedindo o “assalto
ao líderança” fora das datas do fim dos mandatos.
Ora estas disputas entre concorrentes à
liderança foram sempre assunto do foro interno, questões para serem dirimidas
em família, pelos seus membros e foi estranho, que exactamente o político mais
ligado à família, tenha sido precisamente aquele que foi chamar os “vizinhos” e
“amigos” para ajudarem a resolver a disputa interna.
Na minha óptica, tudo quanto possa
contribuir para abrir os partidos, tirar-lhes aquela carga de “grupo de amigos
e cúmplices”, estragar “arranjinhos de interesses”, ajudar a democratizar a
vida interna do que é o núcleo da democracia, é bom.
O que é estranho é que esta iniciativa
tenha partido de um político que sempre foi confundido como o mais “íntimo”, o
que mais convivia com “os membros da família”.
O que está aqui
em escolha são dois tipos diferentes de pessoas, não só no estilo mas também no
conteúdo, nas suas capacidades já que quanto à doutrina ambos são socialistas.
Como não sou do partido a minha escolha,
e eu vou escolher, é por aquele que me oferece mais garantias de qualidade, com mais provas dadas para
governar Portugal e esse é, sem dúvida, António Costa.
Se o Partido Socialista for para as
próximas eleições liderado por Seguro empatará com Passos Coelho e face a esses
resultados a sua substituição por Costa virá a ocorrer posteriormente com prejuízo
para o país.
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