A vítima |
O Primeiro confronto,
para mim, o último.
Numa luta de garotos entre o Seguro e o
Costa o Tó Zé levava o brinquedo, talvez mesmo o Costa lho desse cansado de
brigas, para não o aturar mais.
Com muita franqueza, Ferreira Fernandes
confessa hoje, no Diário de Notícias, que não gosta de Seguro. Também eu, por muito esforço que fizesse,
conseguiria alguma vez simpatizar com o Tó Zé o que, em si, não tem nada de
mal.
Passamos na vida por tantas pessoas com
quem não simpatizamos que mais uma menos uma não tem nenhuma importância.
O problema só se põe quando essa pessoa
quer governar o meu país, aí, a questão muda de figura porque as razões da
minha antipatia, se têm a ver com aspectos de imagem e de pose, o que seria o
menos, radicam mais fundo, em matéria de carácter e aqui
as coisas fiam mais fino.
Seguro é portador de um falso afecto que
usa para tentar meter as pessoas no coração. Já fui vítima desta estratégia por desconhecidos para
me enganarem. Mexer com sentimentos à flor da pele, insinuar-se como íntimo e
amigo é um truque muito antigo.
Ouvi-lo dizer: - “E sabes por quê, António?”
naquele tom meloso e familiar de quem recorda velhas e antigas amizades agora traídas,
soa-me a opereta rasca a que os espectadores assistem enquanto comem tremoços.
Os campos ficaram ontem perfeitamente
definidos e demarcados de tal forma que me lembrei de imediato do arguto
Marcelo Rebelo de Sousa que quando no seu comentário semanal se pronunciou pela
primeira vez sobre esta luta, limitou-se a afirmar diferenças de personalidade.
Poderia ter dito diferenças de carácter mas
o termo seria suspeito e Marcelo é perito em medir as palavras.
Este esforço permanente para convencer
os outros de que é heróico, puro, leal, quase personagem irreal de bom que é,
tornam-no perigoso como político num país com tão altos índices de audiência de
telenovelas.
Fiz um esforço para ouvir este 1º debate
que decorreu exactamente como eu esperava. Chega.
Nos
restantes, de certeza, haverá assuntos bem mais interessantes e agradáveis
de ver no Discovery ou no Odisseia.
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