sábado, outubro 25, 2014

A dívida mata
A Dívida


(Parte II)















Sabemos que a dívida mata, mata e de diferentes maneiras: umas lentas, subtis e silenciosas como os suspiros do meu pai sentado à lareira da casa, fumando cigarro após cigarro que acendia nas brasas da fogueira; outras, rápidas e violentas saídas do cano de uma pistola apontada à cabeça.

Em Portugal, a dívida, foi do que mais se falou mais nos últimos três anos.

Não obstante, agora que se pressente a chegada ao poder de António Costa do PS e sob sua proposta, vai ser desencadeado “um processo parlamentar de audição pública para avaliação do impacto da dívida pública e das soluções para o problema do endividamento”.

E sobre este assunto o que é que se diz?

 - Que a dívida é astronómica;

 - A solução tem que ser europeia;

 - A austeridade é criticada por especialistas de economia de referência mundial:

 - Louvam-se as promessas europeias de apoio ao investimento;

E, finalmente, propõe-se que se ouçam personalidades relevantes, especialistas na matéria, tendo como objectivo a identificação de soluções.

É evidente, que não há soluções para as dívidas Ou se pagam ou não se pagam. Por exemplo, grande parte da dívida da Grécia já foi ao ar.

Foi perdoada porque não era admissível que as centenas de ilhas gregas ou o Partenon servissem para pagar a dívida e, por consequência, risca, apaga da lista.

Mas o grande problema, nestas coisas da dívida, é saber o que me acontece se eu não a pagar, quando, o simples facto de se falar na sua reestruturação – conversa tabu – é o suficiente para pôr toda a gente nervosa, especialmente os mercados, aqueles a quem nós devemos e que esperamos nos continuem a emprestar.

Então, é nítido que esta coisa da dívida já ultrapassou fronteiras. Um país isolado confrontado com o pagamento da sua dívida, seja ele a Grécia, Portugal ou Malta - quanto mais pequenino pior - não a consegue pagar a menos que os credores, também eles convencidos da inutilidade dos esforços, aceitem deferi-la no tempo, em prestações suaves, que permitam ao devedor “respirar” ou seja, continuar a viver para a pagar.

Para que isto seja possível é preciso ter força negocial e assim, o PS e António Costa, falam de reestruturação da dívida da zona euro, algo muito mais amplo e muito mais acertado até pela simples razão que foram políticas europeias ditadas de Bruxelas que ajudaram à construção da dívida nacional.

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