segunda-feira, outubro 27, 2014

Eleições no Brasil

Dilma, de Novo








Sem estranheza, com uma diferença menor, Dilma/ Lula voltou a ganhar.

O Brasil não é um país é um continente, com fusos horário de várias horas dentro de si e realidades tão diferentes de natureza cultural, económica e social que o seu maior denominador comum foi a barriga, precisamente a barriga, ou seja, a Bolsa Família que ditou a vitória de Dilma num país em que o voto é obrigatório.

Pensar na barriga não é nenhuma exclusividade brasileira, em quase todo o lado é assim. No Brasil é-o apenas num sentido mais literal da expressão.

Foi com o Governo de Lula, em 2003, que o Programa Bolsa Família uniu vários outros programas que já vinham de trás, do tempo de Henrique Cardoso, o Fome Zero, Bolsa Escola, Auxílio Gás, Bolsa Alimentação e Cartão Alimentação, de forma a apoiar pessoas que estavam em situação de pobreza e de extrema pobreza.

Muita gente contesta esta política de Bolsas porque ela pode contribuir para favorecer a instalação de uma mentalidade de dependência do Estado funcionando como factor de acomodação que não estimula a iniciativa própria e as qualidades de trabalho.

Pode haver nestas críticas uma certa pertinência mas, pela primeira vez, desde os tempos coloniais e imperiais, alguém do Governo pensou na gente mais pobre da região do Nordeste Brasileiro que Jorge Amado tão bem retratou e que o levaria, de certeza, caso ainda fosse vivo, a dar o seu voto a Dilma porque há razões de humanidade e de dignidade que se sobrepõem a todas as outras.

Compete a Dilma, agora mais experiente, conciliar as políticas sociais com as outras que mexem mais directamente com o desenvolvimento económico numa política de solidariedade de umas regiões mais ricas para com outras mais pobres.

O mundo rural e o mundo urbano completam-se, não se excluem, funcionam como a reserva um do outro.

Mais uma vez, deixei-as aqui há 4 anos,  felicidades para Dilma e para o povo brasileiro e parabéns por mais uma lição de democracia.

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