terça-feira, outubro 21, 2014

Mas quem manda é ela...
O Eixo Franco – Alemão















António Costa fecha-se em copas e nada diz de concreto daquilo que os partidos da coligação que suportam o governo gostariam de ouvir.

 - Como vai ele pagar a dívida?

 - Como vai investir, criar riqueza e postos de trabalho e ao mesmo tempo pagar anualmente um balúrdio de juros da Dívida e cumprir os limites do Deficit Orçamental, ainda por cima com todos os países europeus destinatários das nossas exportações com restrições de consumo?

Aquilo que os partidos do governo pretendem dizer ao eleitorado nesta fase já de pré campanha em que nos encontramos é precisamente, através das palavras de Costa, que afinal o que os portugueses podem esperar do PS é a continuidade da austeridade porque não há margem para mais nada.

Costa, político experiente, não lhes faz a vontade. Fala em discutir o assunto da dívida no Parlamento, confirma que ela é para pagar e que a solução tem que resultar de uma política europeia menos restritiva.

 - Onde está a diferença?

Para além de outros aspectos nas decisões concretas da política interna, o diferente posicionamento entre Passos Coelho e António Costa está sobre a forma de lidar com a Europa. Não de maneira isolada, pela pequena dimensão e importância de Portugal, mas em conjunto com os restantes países europeus que suportam as consequências da austeridade no sentido de uma política mais gradual em termos de equilíbrio dos deficits.

A Alemanha, que tem sido o motor da economia europeia, faz finca-pé no equilíbrio dos orçamentos nacionais sobre os quais, de resto, todos os países acordaram, e exige reformas para trazer esses deficits para dentro dos limites estabelecidos.

Mas a verdade é que os vários países partem de situações diferentes em função de realidades também diferentes que têm a ver com os níveis de vida das suas populações e a capacidade que têm para suportar sacrifícios que os podem levar, como no nosso caso ou da Grécia, ao limiar da fome e à destruição ou enfraquecimento de uma classe média que tem sido, pelo agravamento dos impostos, o único “recurso natural” do país.

Mas esta situação acabou por bater também à porta dos dois grandes países da Europa, em especial da França que já afirmou ter de atrasar 2 anos o cumprimento dos limites do deficit incapaz de atingir os 3% para este ano.

A Alemanha que tem vindo a cortar na Despesa espera ter no próximo ano um deficit de 0% mas é acusada, e muito justamente, de beneficiar de uma melhor situação económica sem nada fazer para ajudar o crescimento da Europa.

Como a França não é Portugal, se ela não é capaz de cumprir senta-se à mesa com a Alemanha e desenham um pacote de estímulos económicos que, espera-se, ajudem os países europeus.

E aqui voltamos ao nosso António Costa que já percebeu há muito aquilo que se mete pelos olhos dentro: fora do quadro europeu não há solução para Portugal ou há... mas fora do euro numa aventura com destino desconhecido.

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