Mas quem manda é ela... |
O Eixo Franco – Alemão
António Costa fecha-se em copas e nada diz de concreto daqui lo que os partidos da coligação que suportam o
governo gostariam de ouvir.
- Como vai ele pagar a
dívida?
- Como vai investir,
criar riqueza e postos de trabalho e ao mesmo tempo pagar anualmente um balúrdio
de juros da Dívida e cumprir os limites do Deficit Orçamental, ainda por cima
com todos os países europeus destinatários das nossas exportações com restrições
de consumo?
Aqui lo que os
partidos do governo pretendem dizer ao eleitorado nesta fase já de pré campanha em que nos encontramos é precisamente, através das palavras de Costa, que afinal o
que os portugueses podem esperar do PS é a continuidade da austeridade porque não
há margem para mais nada.
Costa, político experiente, não lhes faz a vontade. Fala em
discutir o assunto da dívida no Parlamento, confirma que ela é para pagar e que
a solução tem que resultar de uma política europeia menos restritiva.
- Onde está a
diferença?
Para além de outros aspectos nas decisões concretas da política interna, o diferente posicionamento entre Passos Coelho e António Costa está sobre a forma
de lidar com a Europa. Não de maneira isolada, pela pequena dimensão e importância
de Portugal, mas em conjunto com os restantes países europeus que suportam as
consequências da austeridade no sentido de uma política mais gradual em termos de equilíbrio dos deficits.
A Alemanha, que tem sido o motor da economia europeia, faz
finca-pé no equi líbrio dos
orçamentos nacionais sobre os quais, de resto, todos os países acordaram, e exige
reformas para trazer esses deficits para dentro dos limites estabelecidos.
Mas a verdade é que os vários países partem de situações
diferentes em função de realidades também diferentes que têm a ver com os níveis de
vida das suas populações e a capacidade que têm para suportar sacrifícios que
os podem levar, como no nosso caso ou da Grécia, ao limiar da fome e à destruição ou enfraquecimento de uma
classe média que tem sido, pelo agravamento dos impostos, o único “recurso
natural” do país.
Mas esta situação acabou por bater também à porta dos dois
grandes países da Europa, em especial da França que já afirmou ter de atrasar 2
anos o cumprimento dos limites do deficit incapaz de atingir os 3% para este
ano.
A Alemanha que tem vindo a cortar na Despesa espera ter no próximo
ano um deficit de 0% mas é acusada, e muito justamente, de beneficiar de uma
melhor situação económica sem nada fazer para ajudar o crescimento da Europa.
Como a França não é Portugal, se ela não é capaz de cumprir
senta-se à mesa com a Alemanha e desenham um pacote de estímulos económicos
que, espera-se, ajudem os países europeus.
E aqui voltamos ao
nosso António Costa que já percebeu há muito aqui lo
que se mete pelos olhos dentro: fora do quadro europeu não há solução para
Portugal ou há... mas fora do euro numa aventura com destino desconhecido.
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