Em Portugal, o maior prémio de sempre do euromilhões,
190 milhões de euros, continua a aguardar, ao fim de seis dias, que alguém o reclame.
O Presidente da Santa Casa da Misericórdia, Dr. Santana
Lopes, vai esfregando as mãos de contente e fala já em duplicar o Orçamento da
Santa Casa para o próximo ano.
Pelo sim, pelo não, pediu já um parecer jurídico que
seja favorável ao não pagamento ao Estado dos 20% do valor do prémio, obrigação
instituída pelo ministro das Finanças deste governo, Victor Gaspar, para ajudar
o país nas dificuldades em que se encontra.
Convenhamos que neste caso seriam 38 milhões de
euros... o que é dinheiro!...
Santana Lopes, no entanto, considerando os fins de
natureza social prosseguidos pela Santa Casa entende que o prémio deveria
reverter na totalidade para a satisfação desses objectivos.
Entretanto, o prémio está retido porque há prazos
estabelecidos para o dinheiro ser reclamado e enquanto eles não se vencerem
ninguém lhe mexe.
As pessoas estão perplexas e perguntam-se o que terá
acontecido ao dono da aposta premiada. Por que não vai levantar o dinheiro? –
Por que não vai deitar os foguetes em comemoração?
- Será uma estratégia
para deixar arrefecer os ânimos, os primeiros impulsos, e ir, entretanto,
reflectindo sobre o destino a dar ao dinheiro?
Se assim for estamos na presença de alguém com uma
grande capacidade de contenção, um enorme domínio sobre o acto da posse, um controle
total de si próprio.
O que é facto é que o dono da aposta premiada, registada em Castelo Branco, não
dá acordo de si e já lá vão seis dias.
Para mim, está perdida num bolso de umas calças que
foram para lavar, no meio de outros papéis atirados para o lixo, caída em
qualquer lado inadvertidamente...
Mas quem é que acredita que numa probabilidade de um
para centenas de milhões aquele papelito valha alguma coisa?
Que o dinheiro venha a reverter para a Santa Casa da
Misericórdia e possa aliviar as necessidades de milhares de pessoas e crianças
assistidas por aquela instituição seria o desfecho feliz para um impasse que
dentro de um tempo será desfeito.
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