segunda-feira, novembro 17, 2014

Miguel Macedo, ex-ministro da Administração Interna
Uns demitem-se,

Outros não




















A polícia prende a polícia, o ministro demite-se e eu, como cidadão, sinto-me reconfortado porque as instituições do Estado de Direito a que pertenço funcionaram.

Há treze anos atrás caiu a ponte de Entre-Os-Rios, Hinze Ribeiro, no Norte de Portugal, morreram 59 pessoas e o ministro que tutelava as pontes, Jorge Coelho, do Partido Socialista, demitiu-se.

Se Miguel Macedo está inocente relativamente às irregularidades que aconteceram com os Vistos Golden, Jorge Coelho estaria muito mais relativamente à tragédia da ponte. Não obstante, demitiu-se como sinal de que os respectivos ministros devem tomar a iniciativa de deixar os cargos quando ocorrências graves sucedem no âmbito dos seus ministérios.

No ano em curso, a colocação de professores a tempo e horas para o início do Ano Lectivo correu da pior maneira com consequências graves e caricatas para dezenas de professores e centenas de alunos e familiares e o respectivo Ministro em vez de se demitir pediu desculpas ao país.

Na Justiça, o Sistema Informático colapsou. Milhões de processos “desapareceram” durante semanas – decidiu-se até um prolongamento dos prazos de prescrição - tendo a ministra acusado dois técnicos de sabotagem, logo inocentados pelo Ministério Público.
Em vez de pedir desculpa aos técnicos injustamente acusados, pediu desculpas ao país, também ela, mas recusou assumir a responsabilidade política não se demitindo.

Quatro casos diferentes com reacções diferentes, dois num sentido e os outros dois noutro.

Isto quer dizer que a democracia e o exercício do poder não é vivido da mesma maneira pelos respectivos protagonistas.

A avaliação das situações para uma tomada de decisão deste género não tem a ver com as qualidades dos ministros funcionando, até, em sentido contrário.

Ora reparem:

 - Jorge Coelho e Miguel Macedo que se demitiram eram dos melhores ministros dos governos em que participaram.

 - Nuno Crato, na Educação e Paula Teixeira da Cruz na Justiça são ministros remodeláveis no actual governo.

Parece que a decisão tem a ver com a personalidade e qualidade  política dos respectivos ministros.

Jorge Coelho e Miguel Macedo são, nos respectivos partidos, políticos prestigiados e olhados por militantes e quadros como potenciais futuros líderes se o quiserem.

Relativamente a Nuno Crato e a Paula Teixeira da Cruz  isso jamais acontecerá.

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