sexta-feira, novembro 28, 2014

Este é o medo f instintivo, "pai" do outro, feito sentido de responsabilidade
O medo feito sentido 



de

 responsabilidade



 no futuro










Hans Jonas é um inimigo radical das utopias, que viam o mundo em que tudo era possível e nada estava escrito. A brutal experiência da bomba atómica, da poluição do meio ambiente e do Holocausto, demonstram que, moralmente, a utopia pode acabar sendo a justificação para o assassinato em larga escala e a destruição do planeta. 

A Utopia dizia aos homens "Você pode fazê-lo e, como você pode, você deve".

A responsabilidade requer o cálculo de risco e, na dúvida de que algo pode dar errado, é melhor não. O imperativo ético que é proposto por Jonas arranca do medo ou, para usar as suas palavras, a "heurística do medo", que é uma mistura de respeito com medo. 

É o medo das consequências irreversíveis do progresso (modificação genética, a destruição do habitat), que nos obriga a agir de forma responsável e o motor que nos impulsiona é a ameaça que paira sobre a vida futura. 

O medo é um sentimento negativo, mas dessa negatividade pode sair algo de positivo: constatando que o planeta está em perigo e que a causa desse perigo é o poder do ser humano, possuidor de uma técnica que corre o risco de se tornar anónima e autónoma, deve ser prestada mais atenção à profecia de miséria do que à utopia da felicidade e agir em conformidade, levando a sério a ameaça que paira sobre o futuro da humanidade e nos convida a agir responsavelmente.


NOTA - O medo como mecanismo de responsabilidade foi o instrumento que nos foi inculcado para preservarmos a nossa vida. O medo e a dor são avisadores de que há um perigo que nos ameaça.

Hoje podemos fazer demasiadas coisas, só o medo nos tem travado. Não foi pelo medo que a guerra fria acabou?

As cada vez mais acentuadas desigualdades sociais deviam fazer-nos temer confrontos graves destruidores da humanidade ou pelo menos da nossa civilização.

É preciso que o medo funcione.

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