No
entanto... há algumas nuvens no horizonte de longo prazo caso António Costa não
ganhe as eleições com maioria absoluta, o que é provável que venha a acontecer
com a campanha terrível que lhe vai ser movida pela coligação no poder e que concentrar-se-à, não sobre António Costa, um político que tem a consideração e o
respeito da população, mas sobre a política despesista dos socráticos acicatada
ainda pela evolução do processo judicial do cidadão José Sócrates.
Costa
cortou radicalmente com a direita representada neste governo e chamou os
partidos da esquerda à responsabilidade do poder em vez de ficarem
permanentemente no protesto e esta foi a nota política principal do Congresso.
Uma posição à esquerda e ponto final.
Foi
aqui que se deu a demarcação de
Francisco Assis, para além de uns pormenores de menos importância com o novo Presidente
do Partido, Carlos César.
Assis
não acredita na contribuição política responsável dos partidos de esquerda,
Bloco – agora partido em seis - e do PCP
que continuarão nos protestos habituais contra a dívida e a disciplina
orçamental que conduzem directamente à saída do país da moeda única da zona
euro ao que António Costa, profundo e sincero europeísta, não irá aceitar.
Na
opinião de Assis, com a qual concordo, há políticos da área da social - democracia, que não se revêem no actual
governo e nos seus líderes, que terão mais disponibilidade para entendimentos
com António Costa.
Simplesmente,
a abertura da social - democracia para entendimentos com Costa passa por uma
ruptura dos respectivos partidos com Passos Coelho e Paulo Portas e isso é uma
incógnita, provável no caso de uma derrota “por muitos” da coligação nas eleições
legislativas mas só nesse caso.
António
Costa aposta, e bem, na Comunidade Europeia. A situação de dificuldades pelas
quais Portugal está a passar tiveram o contributo decisivo das políticas europeias
levadas pelo governo de Sócrates às suas piores consequências.
A
dívida portuguesa cujos juros asfixiam e comprometem o futuro do País, têm uma componente
europeia mas, paradoxalmente, este governo que tanto fala dela em termos acusatórios
aos socráticos, fez crescer mais a dívida do que nos governos de Sócrates tornando,
aparentemente, inúteis os sacrifícios impostos.
António
Costa defende a evidência: Não Depende de Nós! A
não ser em pormenores, também importantes, da distribuição dos sacrifícios e da
aplicação das verbas dos Apoios Comunitários que estão aí a chegar. No resto não depende de nós.
Uma
Europa em crise com uma economia retraída não nos dá hipóteses, não nos ajuda
nas trocas comerciais, não obstante esta benesse do baixo preço do petróleo que
nada tem a ver com a Europa e apenas com uma guerra entre a OPEP e os Estados
Unidos hoje autónoma em termos desta matéria prima que extrai dos xistos.
Jean-Claude
Junker promete investimentos de 315 mil milhões para quebrar o marasmo da
economia europeia mas apenas coloca 21 mil milhões no Fundo Europeu para o
Investimento Estratégico esperando que os Estados reforcem esse investimento
com a promessa de que esse esforço não agravará os deficits.
Enfim,
muitas incógnitas nos estão reservadas para o futuro mesmo antes de um novo
governo saído das próximas eleições.
Eu
preferia que esse governo fosse liderado por António Costa que vai pressionar
ao máximo os eleitores no sentido da maioria absoluta.
É
um político inteligente, experiente, com toda a autoridade no partido e cujo
pensamento conhecemos, mas ainda estamos longe desse novo governo porque o
tempo, agora, passa-se a uma velocidade diferente em que os acontecimentos nos atropelam
e nós não sabemos o que vai suceder amanhã.
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