Nem o nome do seu avô conseguiu salvar... |
Castelo de Cartas
Afinal, o “Dono Disto
Tudo”, Ricardo Espírito Santo, era apenas o “Dono de um Castelo de Cartas”
daqueles que quando se dá um piparote numa delas as outras caem de seguida.
Que desilusão! – O país
estava convencido, em parte pela maioria de uma imprensa que sempre o tinha
venerado, que ele era um homem de sucesso, daqueles mesmos bons na sua profissão,
dono de um Banco que era o suporte de uma boa fatia da economia nacional.
Quer se gostasse ou não, ele,
o Zé Mourinho e o Cristiano Ronaldo, eram nossos motivos de orgulho. O melhor banqueiro, o melhor treinador de futebol e o melhor jogador. Que raio, no meio
de tanta incompetência havia de haver alguém para afagar o nosso orgulho e auto
estima, especialmente nestes tempos das troykas, Vistos Gold, chineses e
angolanos que nos vão despojando de tudo.
Ficámos apenas, e já não é pouco, com o melhor treinador e jogador, Ricardo Salgado, afinal, não terá passado de um engenhoso e hábil mentiroso que dominava a família e
colaboradores com mão-de-ferro para ocultar uma obra de fachada tanto maior
quanto a fraude que a criou e sustentou aqui
e por vários países do mundo, num crescendo que não tem paralelo na história do
país.
Eu ouvi e nem queria
acreditar que o homem que era “o dono disto tudo” tinha duas irmãs, senhoras
como ele herdeiras de um Banco iniciado por um seu avô, que faziam bolos à
noite para venderem de dia nas pastelarias e restaurantes lá do bairro...
Aquele homem de ar
soberbo, impante de poder, o mais rico de Portugal, tinha contra si, com certeza, o ódio oculto ou
dissimulado de toda a família de quem ele era, alegadamente, era o protector.
Agora, com 70 anos de uma
vida vivida, por certo em grande tensão, imaginando esquemas, puxando
cordelinhos, fazendo crescer o “barco” para o poder equi librar
ao nível das águas, apostando sempre numa estratégia de dimensão, Ricardo Salgado
sempre acreditou que se chegasse o momento da “verdade”, o seu tamanho
comparado com a pequenez do país seria suficiente para que o Governo lhe
deitasse a mão num cálculo de mera aritmética de escolha de entre dois males o
menor.
Não foi assim, ninguém
lhe deitou a mão, e nem o nome do seu avô, José Maria do Espírito Santo Silva,
filho de pai incógnito, nascido em 1859, se salvou e com ele a reputação. Ou
seja, o leopardo perdeu a vida e a pele.
Até morrer irá ter à
perna processos em Tribunais e ao seu lado advogados para lhe sugarem as contas
dos offshores.
Nós, portugueses,
perdemos um “ídolo” que tinha pés de barro, ou melhor, de chumbo porque o peso das dívidas
que deixou ainda devem ajudar a afundar mais o país.
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